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Violência não dá trégua no Iraque em semana de eleições legislativas

O primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, candidato ao terceiro mandato, é o favorito, apesar das múltiplas críticas e da raiva do povo

Bagdá - As forças de segurança iraquianas começaram a votar dois dias antes das primeiras eleições legislativas após a saída, em 2011, das tropas americanas do país, onde nesta segunda-feira (28/4) ao menos 27 pessoas morreram em ataques contra centros eleitorais. O primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, candidato ao terceiro mandato, é o favorito, apesar das múltiplas críticas e da raiva do povo, provocada por um elevado desemprego, pela corrupção e pela carência absoluta de serviços públicos. A tudo isso se soma o aumento da violência.



Os iraquianos residentes no exterior começaram a votar no domingo e as forças de segurança a partir desta segunda-feira para poder controlar e vigiar o desenvolvimento das atividades de quarta-feira. Por medo de ataques, as autoridades decretaram cinco dias de feriado - de domingo a quinta-feira - para tentar fornecer maior segurança às eleições, que contam com 20 milhões de eleitores registrados.

Maliki favorito

A espiral de violência colocou a questão da segurança no centro dos debates, razão pela qual Maliki e seu partido, Aliança para o Estado de Direito, basearam sua campanha na necessidade de se unir em apoio ao governo para acabar com o banho de sangue. Em 2010, Maliki não foi aprovado em suas funções até oito meses depois das eleições, após longas e difíceis negociações entre os diferentes grupos políticos.

Este cenário pode se repetir, em particular pelo aparecimento e multiplicação de pequenos partidos de inspiração religiosa ou tribal, algo que foi denunciado pela ONU, que vê isso como "um importante fator de divisão". Apesar de ser acusado de corrupção e chamado de ditador por seus opositores, em particular pelos membros da minoria sunita, que se considera discriminada pelas autoridades xiitas, Maliki continua sendo o favorito diante de uma oposição dividida e pela ausência de um potencial sucessor, ressaltam os analistas e diplomatas.