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Primeiro-ministro sul-coreano renuncia após naufrágio que deixou 187 mortos

Tanto o governo sul-coreano quanto a maioria das instituições envolvidas na gestão desta crise foram duramente criticados pela gestão do desastre e das operações de resgate




Desânimo e tristeza


Os socorristas já perderam toda a esperança de encontrar sobreviventes e as famílias denunciam o ritmo muito lento das operações de recuperação dos cadáveres.

"O acidente afundou todos os sul-coreanos em um profundo estado de choque e tristeza. Já se passaram muitos dias desde então, mas os gritos dos familiares dos desaparecidos me perturbam durante a noite", confessou o primeiro-ministro renunciante.

"Não é o momento para culpar uns aos outros pelos números, devemos finalizar as operações de resgate", acrescentou, pedindo para ele "perdão e compreensão".

Os 15 membros da tripulação da balsa estão atrás das grades. Os quatro que ainda não haviam sido detidos foram presos na noite de sábado.

O capitão do "Sewol", Lee Joon-seok, assim como outros dez membros da tripulação, já haviam sido detidos sob diferentes acusações, em particular por negligência e abandono dos passageiros.

A atitude da tripulação do navio foi severamente criticada, em particular pela presidente sul-coreana.

"Os atos do capitão e de alguns membros da tripulação são totalmente incompreensíveis, inaceitáveis e equivalentes a assassinato", havia declarado a presidente, Park Geun-Hye.

Meteorologia

A busca para encontrar os corpos dos ainda desaparecidos entre os restos da embarcação precisou ser abandonada no sábado devido ao mau tempo.

"A situação é muito difícil devido às condições meteorológicas, mas os esforços de busca prosseguem, aproveitando os momentos ocasionais mais calmos", afirmou um porta-voz do serviço da guarda-costeira, acrescentando que 93 mergulhadores participavam das operações deste domingo.

Nos dias anteriores, o clima foi favorável e ajudou o trabalho dos mergulhadores, embora as condições em todo o interior do casco sejam muito duras, sobretudo pela falta de visibilidade, que é quase nula.