Tóquio - Mais de 100 parlamentares e políticos japoneses visitaram nesta terça-feira (22/4) o controverso santuário Yasukuni de Tóquio, o que pode irritar a China, em particular, na véspera do início de uma viagem pela Ásia do presidente americano Barack Obama. Quase 150 parlamentares e ministros conservadores rezaram no local em que são homenageados os mortos pela pátria em diferentes conflitos bélicos, entre eles 14 criminosos de guerra condenados à morte após a Segunda Guerra Mundial.
O próprio Abe enviou na segunda-feira uma árvore ao santuário, também por ocasião do Festival de Primavera. Abe não visitou o templo, mas enviou ao local uma "masakaki", uma árvore considerada sagrada, indicaram na véspera a agência Jiji e outros meios de comunicação japoneses. Esta oferenda da árvore leva os meios de comunicação e os especialistas a crer que Abe não comparecerá ao santuário nos próximos dias, como fez em dezembro para celebrar o primeiro aniversário de seu retorno ao poder.
Esta primeira visita de um chefe de Governo japonês desde 2006 irritou Pequim e Seul, cujas relações com Tóquio também estão minadas por disputas territoriais nos mares de China e Japão, e se converte em algo ainda mais delicado diante da chegada iminente de Obama à capital japonesa. O presidente americano chegará na noite de quarta-feira a Tóquio e permanecerá até sexta-feira, como parte de um giro asiático no qual pedirá aos seus aliados japonês e sul-coreano que melhorem suas relações.
Indignação dos vizinhos
Na segunda-feira, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua criticou o presente de Abe e o que chamou de "provocação". "O presente de Abe não é mais do que uma bofetada" no presidente Obama, cuja administração deseja diminuir a tensão em uma região do mundo considerada prioritária por Washington.
"Nosso governo só pode lamentar o presente de Abe ao Yasukuni, que honra criminosos de guerra e glorifica as invasões e colonizações passadas por parte do Japão", criticou o ministério das Relações Exteriores sul-coreano.
Yasukuni, localizado no coração de Tóquio, honra os 2,5 milhões de japoneses mortos em diferentes conflitos, mas entre eles figuram os 14 criminosos de guerra mencionados, condenados à morte em 1945 pelos Aliados após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial.