La Rochelle - Uma vasta e inédita operação de coleta de amostras de DNA de 527 homens começou nesta segunda-feira (14/4) em uma escola de ensino médio na França com o objetivo de encontrar o estuprador de uma aluna. A coleta geral de DNA, uma medida inusitada em um estabelecimento escolar, vai prosseguir até quarta-feira no colégio católico Fenelon-Notre Dame de La Rochelle (oeste), indicou a procuradora Isabelle Pegenelle.
[SAIBAMAIS]Os alunos desta escola de 1.300 estudantes receberam no fim de semana uma convocação para realizar os testes de DNA. Para os menores de idade, é necessário um duplo consentimento, do jovem e de seus pais. A submissão a testes de DNA não é legalmente obrigatória na França. Em caso de negativa, não é possível obrigar as pessoas a fazê-lo. No entanto, "as pessoas que se negam a realizá-lo passam a ser potenciais suspeitas, para as quais é possível pedir uma prisão preventiva para interrogatório ou uma busca", advertiu.
Nesta segunda-feira, a maior parte dos alunos da escola não pareciam preocupados com a ideia de se submeter a um teste de DNA, que será realizado por policiais à paisana. "Ao menos isso reduzirá o problema", declarou um aluno de 17 anos. "O que é chocante é que tenha ocorrido um estupro. Não se sabe quem é o culpado, mas não vamos cair na psicose", declarou outro aluno, enquanto outros estudantes diziam lamentar o fato de saberem do ocorrido apenas vários meses depois.
O crime ocorreu no dia 30 de setembro de 2013. Uma aluna foi estuprada no banheiro da escola quando as luzes haviam se apagado, o que fez com que não conseguisse identificar o agressor. Mas a polícia encontrou uma marca de DNA masculino em sua roupa. A coleta de amostras de DNA envolve todos os homens que estavam presentes no estabelecimento no dia, ou seja, 475 alunos, 31 professores e 21 membros da equipe técnica ou exterior ao colégio. O objetivo é comparar estas 527 amostras com o DNA não identificado.