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Emissões de gases do efeito estufa da agricultura devem subir 30% em 2050

Em meados do século, as emissões anuais serão de mais de 6,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), uma medida padrão para mensurar as emissões de gases de carbono

Paris - Os gases de efeito estufa emitidos pela agricultura devem subir 30% em meados do século, puxadas especialmente pela criação de animais e pelo uso de fertilizantes, reportou uma agência da ONU nesta sexta-feira (11/4). "Projeta-se um aumento das emissões globais da agricultura em 2030 e 2050 entre 18% e 30%, respectivamente", informou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em um relatório publicado em Roma.

Em meados do século, as emissões anuais serão de mais de 6,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), uma medida padrão para mensurar as emissões de gases de carbono, destacou. Analisando o período entre 2001 e 2011, as emissões derivadas dos cultivos e da criação de animais subiram 14%, acrescentou a FAO.

A maior fonte de emissões do setor foi a "fermentação entérica" - ou seja, o metano emitido na flatulência e nos arrotos dos animais -, que responderam por 39% da produção de gases estufa do setor. Estas emissões subiram 11% entre 2001 e 2011.



Outro grande contribuinte foi o uso de fertilizantes industrializados, que representaram 13% das emissões agrícolas em 2011: um aumento de mais de um terço em comparação com os níveis de 2001. A Ásia concentrou 44% das emissões agrícolas em 2011, seguida das Américas (25%), da África (15%), da Europa (12%) e da Oceania (4%).

Os arrozais foram responsáveis por 10% do total das emissões da agricultura, por gerarem metano através de processos biológicos, enquanto a queima de pastagens de savana respondeu por 5%. Na última década, as emissões de gases estufa derivadas da mudança do uso do solo e do desmatamento caíram quase 10%. Segundo estimativas anteriores, cerca de um sétimo das emissões de gases-estufa provém do setor agrícola.