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Ex-primeiro-ministro italiano deverá cumprir trabalhos comunitários

Condenado no ano passado por fraude fiscal a quatro anos de prisão, Berlusconi deseja prestar serviços a uma casa para idosos com deficiência



Berlusconi, que deseja continuar na vida política e não se considera um criminoso perigoso, espera cumprir uma punição leve. Não se sabe ainda as condições que os juízes exigirão para o primeiro-ministro.

Ele deseja comparecer apenas uma vez ou duas por mês a um centro para idosos com deficiência, localizado a poucos quilômetros de distância de sua casa em Arcore, como havia sido indicado por seus advogados.

[SAIBAMAIS]Segundo o jornal La Stampa, o magnata seria o patrono do centro, que pretende construir unidades no terreno de sua enorme mansão nos arredores de Milão.

"Isso o estimularia", defende sua família, que, segundo a imprensa, está preocupada com a humilhação que significa para um dos homens mais ricos da Europa ser submetido a questionários de assistentes sociais, conforme exigido por lei.

"Fará um trabalho para a comunidade" como uma maneira de recuperar sua imagem destruída, considerou a imprensa.

Os condenados a trabalhos comunitários devem permanecer em sua própria casa das 23h00 até as 06H00, o que tem provocado as mais diversas piadas e referências às suas noites tórridas de "bunga bunga".

Berlusconi, que desejava se candidatar ao Parlamento Europeu em maio, foi considerado inelegível depois da condenação.

Partido de Berlusconi em queda

Seu partido, o Forza Italia (FI), tem perdido apoio, de acordo com pesquisas.

Segundo dados divulgados pela imprensa, o Partido Democrata (PD, esquerda), liderado pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, é a maior força política com 33,9%.

Para revitalizar um partido afetado pelas derrotas judiciais de seu líder, Berlusconi deve lançar uma campanha agressiva, aproveitando todos os seus canais de TV.

Mas é possível que os juízes imponham a ele severas restrições incompatíveis com suas ambições políticas.

O magnata, agora acompanhado por uma fiel namorada de 29 anos, pode esperar por novos dias amargos.

O julgamento do caso Ruby, pelo qual foi condenado em junho de 2013 em primeira instância a sete anos de prisão por abuso de poder e prostituição de menor, será concluído este ano.

Se o empresário for condenado mais uma vez, os três anos de anistia que recebeu pelo caso Mediaset serão retirados.

As duas penas de prisão vão se acumular automaticamente, e por isso ele não poderá optar por realizar trabalhos comunitários e será obrigado a cumprir a pena de prisão domiciliar, outra humilhação.

Além disso, este ano, um outro julgamento por suborno de um senador foi aberto em Nápoles (sul).