Jornal Correio Braziliense

Mundo

EUA querem transferir prisioneiros de Guantânamo para América Latina

A maioria dos detidos é do Iemen, Afeganistão, da Arábia Saudita e do Paquistão

Os Estados Unidos esperam o apoio dos países latino-americanos para transferir prisioneiros de Guantânamo, de forma a fechar a controversa prisão norte-americana, disse nessa quarta-feira (9) o embaixador de Washington no Chile, Michael Hammer. Segundo ele, que apresentou nesta semana as suas credenciais como embaixador no Chile, o fechamento de Guantânamo é "prioridade" do presidente norte-americano, Barack Obama.

"Nos Estados Unidos procuramos soluções para ver como podemos finalmente fechar Guantânamo", disse Hammer, em entrevista na embaixada americana. "Para atingir esse objetivo é necessário que outros países nos ajudem na transferência de alguns indivíduos que estão detidos", acrescentou.

O Uruguai aceitou acolher cinco prisioneiros de Guantânamo por razões humanitárias. A Colômbia admitiu que está recebendo pedido de Washington nesse sentido. Segundo a imprensa uruguaia, o Brasil foi abordado com o mesmo objetivo.

[SAIBAMAIS]

Mais de 800 detentos passaram pela prisão de Guantânamo, localizada em uma base naval dos Estados Unidos, em Cuba, desde a sua criação em 2002.

As transferências da prisão de Guantânamo vêm aumentando nos últimos meses, com o repatriamento de três argelinos, dois sauditas e dois sudaneses. Um dos argelinos foi repatriado em março, depois de passar 12 anos sem qualquer julgamento. Mas 154 detidos permanecem na prisão especial, criada no governo do presidente George W. Bush, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, e na qual foram enclausurados os suspeitos detidos em operações de combate ao terrorismo.

A maioria dos detidos é do Iemen, Afeganistão, da Arábia Saudita e do Paquistão. A maioria nunca foi acusada ou julgada.

Leia mais notícias em Mundo

O presidente Barack Obama chegou a afirmar que a prisão prejudicou a imagem dos Estados Unidos no mundo, mas os seus planos para fechá-la têm sido bloqueados em parte pelo Congresso norte-americano, que proibiu o acolhimento dos presos em território americano.