Kerry já havia criticado tanto palestinos quanto israelenses por decisões que "não contribuem" para a continuação do diálogo. Desta vez, porém, atacou Israel diretamente.
"Infelizmente, os detentos (palestinos) não foram libertados no sábado (29 de março), como devia ter acontecido", disse Kerry, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano.
"Depois, passou um dia, dois dias, e foi anunciada (por parte de Israel) a construção de 700 casas para colonos em Jerusalém Oriental, e ;puf;, estamos nisto agora", protestou.
Kerry voltou na última sexta-feira de uma viagem pela Europa e pelo Oriente Médio, claramente irritado e decepcionado com o andamento do processo de paz entre israelenses e palestinos, à beira do fracasso.
Em meio à tensão, os mediadores americanos continuam multiplicando as reuniões para tentar resgatar o diálogo que Kerry retomou entre ambos os lados, no final de julho de 2013. A previsão inicial era que as negociações se estendessem por pelo menos nove meses.
No acordo promovido em julho por Kerry, Israel se comprometeu a libertar - em quatro etapas - 104 presos detidos antes dos acordos de Oslo, de 1993.
Em troca, a direção palestina aceitou suspender qualquer gestão para a adesão a organizações internacionais até o fim das negociações, em 29 de abril.
Mas Israel rejeitou libertar no dia 29 de março - como estava previsto - o quarto e último contingente de presos, e pediu a prorrogação das negociações além de 29 de abril.
Lieberman afirmou nesta quarta que Israel tem demonstrado sua boa fé "em meio a um processo muito crítico".