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Estudante esfaqueia 21 pessoas em escola da Pensilvânia, nos EUA

Segundo um porta-voz dos serviços de emergência do condado de Westmoreland, o suspeito é um estudante que já foi preso pela polícia


Washington -
Um estudante esfaqueou nesta quarta-feira (9/4) 20 colegas e um segurança em um sangrento ataque que durou cerca de meia hora em um colégio de ensino médio perto de Pittsburgh (Pensilvânia, leste), em um novo episódio de violência armada nos Estados Unidos.

Pelo menos quatro dos feridos, de 14 a 17 anos, estavam em estado crítico devido ao ataque que ocorreu na Franklin Regional High School, afirmou o chefe de polícia de Murrysville (subúrbios de Pittsburgh), Thomas Seefeld.

O suposto agressor é um aluno de 16 anos, que foi detido. Ele tinha em seu poder duas facas. "O jovem avançou pelo corredor com duas facas ferindo as pessoas", afirmou o policial.

"Há 21 pessoas com ferimentos como resultado do fato: 20 estudantes e um segurança", afirmou o procurador do distrito de Westmoreland, John Peck, em uma entrevista coletiva à imprensa durante a tarde.

As autoridades ainda investigavam as razões do ataque, que começou por volta das 07h15 locais (09h15 de Brasília), antes do início das aulas. A maioria dos feridos sofreu facadas no abdômen e no tórax.

O ataque durou meia hora e terminou por volta das 07h45, quando o suspeito foi controlado e detido, disse à AFP um porta-voz dos serviços de emergência locais, Dan Stevens. Sua identidade não foi revelada até o momento, mas Stevens disse que ele agiu sozinho.

Ouvi uma grande pancada atrás de mim. Quando me virei, vi dois garotos caídos", disse à CNN a estudante Mia Meixner, que estava ao lado de seu armário no corredor. Meixner, que a princípio achou que fosse uma briga, não demorou a perceber que era algo mais sério. "O cara que estava esfaqueando as pessoas parou e correu", contou.

A estudante viu outros alunos ajudando um colega ferido e uma jovem de um curso mais avançado que o dela sangrando no braço. "Comecei a ouvir uma correria que vinha do outro lado do corredor. Eles diziam: ;Afaste-se, precisamos sair, há um cara com uma faca;. Depois, uma professora foi para onde eu estava com a menina tentando ajudá-la e disse que podia ficar com ela, e que eu devia correr", acrescentou.

Meixner acrescentou que o suposto agressor "estava muito tranquilo", mas que "tinha o olhar de um enlouquecido".

Funcionários muito preparados

O chefe da polícia destacou a reação das pessoas que trabalham na Franklin Regional High School. "Os funcionários do colégio estão muito preparados para emergências e, por mais infelizes que estes acontecimentos tenham sido, poderia ter ocorrido algo muito pior", ressaltou.

As vítimas foram transferidas a ao menos quatro hospitais da região. A escola foi esvaziada e fechada, assim como todas as escolas primárias da região. Três estudantes, gravemente feridos, precisaram ser operados de urgência, declarou o chefe do serviço de traumatologia do hospital Forbes, Chris Kaufman.

O estudante que realizou o ataque sofreu ferimentos nas mãos. Aparentemente foi contido pelo diretor do colégio e por um policial, segundo as autoridades. Murrysville, localidade de 20.000 habitantes, está localizada a cerca de meia hora de carro a leste de Pittsburgh.

Este novo episódio de violência se soma aos diversos incidentes com armas de fogo em estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos. O mais grave dos últimos tempos ocorreu em dezembro de 2012, quando 20 crianças de 6 e 7 anos foram assassinadas por um jovem desequilibrado que depois se suicidou em uma escola primária de Newtown (Connecticut, nordeste).

Este drama reabriu o debate sobre um maior controle das armas de fogo no país, mas a legislação federal neste sentido promovida pelo presidente americano Barack Obama no Congresso fracassou.