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Pistorius relata assassinato da namorada e chora novamente no tribunal

No início da audiência, o atleta falou sobre o relacionamento com a vítima, ressaltando "os projetos para o futuro"



[SAIBAMAIS]De volta ao quarto e ao não encontrar sua namorada na cama, ele então pediu ajuda e arrombou a porta do banheiro com um taco de cricket, que ele já havia posicionado por segurança antes de ir dormir. "Eu olhei para ela, e...", disse Pistorius sufocado em soluços. "Não sei quanto tempo fiquei ali", articulou antes de declarar: "Ela não estava respirando", e de desmoronar, abalado por soluços. O juiz, então, suspendeu a audiência para quarta-feira. Na parte da manhã, Oscar Pistorius havia descrito como amava Reeva.

Pistorius e Steenkamp se conheciam há menos de quatro meses no momento do assassinato. Eles foram apresentados em 4 de novembro de 2012 por um amigo, o proprietário de uma concessionária de carros de luxo. "Nos seis primeiros dias depois que nos conhecemos, ligávamos um para o outro todos os dias", disse o atleta, antes de afirmar que ambos saíam de relações anteriores "difíceis". "Estava muito entusiasmado com Reeva. Acredito que eu estava mais interessado nela do que ela estava interessada em mim", afirmou Pistorius, que não conseguiu esconder o tremor nas mãos durante o depoimento.

Desde segunda-feira, orientado pelas perguntas de seu advogado, Oscar Pistorius se esforça para passar a imagem de um jovem sensível, bom cidadão, cristão, o oposto do garoto ciumento e nervoso retratado pelos depoimentos da acusação. A acusação sustenta que ele atirou contra Reeva propositalmente após uma briga. Em uma mensagem, a namorada havia criticado o ciúmes do atleta, afirmando que "as vezes, você me dá medo".