Viena - O Irã e as grandes potências retomaram nesta terça-feira (8/4), em Viena, sua maratona diplomática para tentar alcançar um acordo sobre o polêmico programa nuclear iraniano. Trata-se da terceira rodada de negociações desde que Teerã aceitou, em novembro passado, congelar uma parte de suas atividades atômicas em troca da suspensão de sanções que sufocam sua economia.
O Irã quer conservar o reator de Arak para a produção de isótopos médicos, mas está disposto a estudar medidas para dissipar preocupações. "Estamos trabalhando para superar as brechas que existem para ver se podemos encontrar uma boa combinação", explicou antes da reunião uma diplomata americana que participa nas negociações.
A conclusão de um acordo permitiria por fim ao isolamento econômico do Irã. Os dirigentes iranianos admitiram em 20 de março passado, dia do Ano Novo segundo o calendário persa, que melhorar a situação econômica do país é uma prioridade. O presidente Barack Obama convidou o Irã, nesse mesmo dia, a chegar a um acordo nuclear que permita "uma nova prosperidade para o povo iraniano".
Um exemplo concreto das mudanças possíveis: os Estados Unidos autorizaram a Boeing a vender ao Irã peças de aviões que Teerã necessita desesperadamente. O desafio é grande para Obama, que deve convencer seus aliados israelenses e sauditas, que desconfiam do Irã, do interesse deste acordo com Teerã. Do lado iraniano, a equipe de negociadores está sob a rígida supervisão do Guia Supremo, o conservador aiatolá Ali Khamenei.