Corrida contra o relógio
Uma frota naval e aérea internacional vasculha há semanas uma enorme área do Oceano Índico em busca de eventuais destroços do avião que desapareceu misteriosamente no dia 8 de março, quando voava entre Kuala Lumpur e Pequim.
A busca, que se concentrava em uma zona de 2.000 quilômetros em frente à costa ocidental da Austrália, foi até agora completamente infrutífera. Na semana passada, três embarcações - uma chinesa, uma australiana e uma britânica - equipadas com sensores acústicos submarinos exploraram o fundo do mar.
O navio chinês, o "Haixun 01", detectou no sábado um sinal emitido durante 90 segundos, que pode corresponder ao das caixas-pretas da aeronave. Este navio havia captado um sinal menos preciso na véspera. O navio britânico "HMS Echo" agora está junto à embarcação chinesa para ajudá-la.
Já o "Ocean Shield" encontra-se 300 milhas náuticas mais ao norte. As caixas-pretas, equipadas com um localizador que é ativado embaixo d;água, são a principal esperança para encontrar os destroços do avião e descobrir as razões de seu desaparecimento e do desvio de seu trajeto inicial.
Mas o tempo corre, já que a esperança de vida das caixas-pretas é de cerca de 30 dias. "As baterias (das caixas-pretas) estão se aproximando do fim de suas vidas, 31 dias se passaram (desde que o avião desapareceu)", advertiu Houston.
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Compara-se frequentemente o caso do voo MH370 com o da Air France AF447, que desapareceu sobre o Atlântico em junho de 2009.
Os investigadores sabiam em que região buscar os destroços do avião da companhia francesa, que foram encontrados cinco dias depois. Mas foram necessários 23 meses para encontrar as caixas-pretas e conhecer os detalhes sobre este acidente que tirou a vida de 228 pessoas.
Nove aviões militares, três aeronaves civis e 14 barcos estavam mobilizados nesta segunda-feira para tentar encontrar a fuselagem do Boeing 777 da companhia asiática e suas caixas-pretas.
De qualquer forma, mesmo que seja possível localizar as caixas-pretas, as operações para recuperá-las a mais de 4.000 metros de profundidade serão extremamente difíceis, declarou Angus Houston.
Segundo dados de satélites, a aeronave caiu no Oceano Índico, em frente à costa ocidental da Austrália, o que significa que, por uma razão desconhecida, mudou completamente de rota.
A investigação criminal examina vários cenários, entre eles um desvio, um ato de sabotagem ou um ato desesperado de um passageiro ou de um membro da tripulação, mas até o momento não foi encontrado nenhum elemento que confirme uma ou outra hipótese.