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Ruanda exclui embaixador da França de cerimônias de recordação do genocídio

A França, aliada do governo nacionalista hutu antes de 1994, sempre negou qualquer cumplicidade no genocídio que matou 800 mil pessoas em 100 dias

Kigali - O embaixador da França em Ruanda anunciou nesta segunda-feira que foi excluído das cerimônias de recordação dos 20 anos do genocídio, em meio a uma controvérsia sobre o papel da França na tragédia de 1994.

"Ontem (domingo) à noite, o ministério ruandês das Relações Exteriores telefonou para informar que não estava credenciado para as cerimônias", disse o embaixador Michel Flesch à AFP.

A ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira, cancelou a viagem prevista para participar nas cerimônias, depois que o presidente de Ruanda, Paul Kagame, voltou a acusar a França de ter desempenhado um "papel direto na preparação do genocídio" e de ter "participado em sua execução".

[SAIBAMAIS]

A França, aliada do governo nacionalista hutu antes de 1994, sempre negou qualquer cumplicidade no genocídio que matou 800 mil pessoas em 100 dias, em sua maioria da etnia tutsi minoritária. França havia anunciado que seria representada nas cerimônias pelo embaixador Michel Flesh.

A ministra ruandesa das Relações Exteriores, Louise Mushikiwabo, insistiu no domingo que a França deveria enfrentar "a difícil verdade" por suas ações há duas décadas.

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"Para que nossos dois países comecem realmente a se entender, devemos enfrentar a verdade. A verdade é difícil, a verdade de ser próximo a qualquer pessoa que esteja associada ao genocídio é uma verdade muito difícil de aceitar", declarou Mushikiwabo.