Bangcoc - Milhares de partidários do governo tailandês, conhecidos como "camisas vermelhas", se reuniram neste sábado em Bangcoc para expressar sua rejeição a um "golpe de Estado judicial", em gestação no país, segundo eles. Mais de 3.000 policiais e soldados foram mobilizados para garantir a segurança durante esta manifestação, em um subúrbio da capital.
"As autoridades preveem a participação de mais de 200.000 ;camisas vermelhas;", estimou Paradorn Pattanatabut, conselheiro da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, responsável pela segurança. No entanto, no fim da tarde os manifestantes não eram mais que uns poucos milhares, segundo jornalistas da AFP.
Este conselheiro assegurou que não teme confrontos com manifestantes da oposição, que seguem protestando em um parque do centro da capital, após seis meses de manifestações por vezes violentas.
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[SAIBAMAIS]No entanto, não excluiu provocações de "um terceiro grupo". Efetivamente, a maioria dos 24 mortos que foram registrados desde o início da crise faleceram por disparos ou lançamentos de granadas de origem desconhecida.
Embora a manifestação dos "camisas vermelhas", prevista até segunda-feira, seja pacífica até o momento, ela pode degenerar em caso de destituição da primeira-ministra - acusada pela oposição de ser um fantoche de seu irmão, Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro no exílio desde o golpe de Estado contra ele em 2006.
Ainda que os partidos pró-Thaksin tenham vencido todas as eleições legislativas em mais de dez anos, a oposição acusa a família Shinawatra de corrupção e de utilizar dinheiro público para garantir o apoio das zonas do norte e do nordeste do país, seu reduto eleitoral.
A primeira-ministra, ameaçada de destituição por uma investigação anticorrupção, também está na mira do Tribunal Constitucional, que a acusa da expulsão ilegal de um funcionário de alto escalão após sua eleição em 2011.
Já os "camisas vermelhas" acusam a oposição de preparar um "golpe de Estado judicial", um procedimento que já utilizou para chegar ao poder em 2008.
A oposição é composta por uma aliança da classe média da capital e da elite tradicional que já não suporta a dominação política do "clã Shinawatra". Defende a substituição da primeira-ministra por um Conselho do Povo, não eleito, que supervisionaria as reformas eleitorais e lutaria contra a corrupção, antes de convocar novas eleições.
O país não tem Parlamento desde que o Tribunal Constitucional cancelou as eleições realizadas em fevereiro.