Washington - Os Estados Unidos advertiram a Rússia nesta quinta-feira para não usar os preços da energia como instrumento coercitivo, depois que Moscou eliminou suas tarifas mais econômicas cotadas para a Ucrânia.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, defendeu que "os mercados deveriam determinar os preços da energia", e não os governos.
A mudança foi anunciada mais cedo pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que elevou o preço de US$ 100 para US$ 485 por cada 1.000 metros cúbicos de gás.
Carney afirmou que "um país não deve utilizar a oferta e os termos de fixação de preços como instrumentos de coação para interferir na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar".
[SAIBAMAIS]O porta-voz disse que Washington está estimulando seus aliados nas fronteiras ocidentais da Ucrânia a reverter os fluxos de gás natural com o objetivo de permitir o acesso do governo de Kiev a mais fornecedores, se for necessário.
A advertência de Carney reforça o que já havia sido dito pelo secretário de Estado americano, John Kerry, na quarta-feira, antes do último anúncio da Rússia. Kerry participava de uma reunião do Conselho de Energia Estados Unidos-União Europeia (UE), em Bruxelas.
"Nenhuma nação deveria usar a energia para conter as aspirações de um povo", ressaltou Kerry.
Em outro sinal da pressão de Moscou sobre o vizinho, o gigante energético russo Gazprom pediu que a Naftogaz da Ucrânia tome medidas imediatas para pagar as entregas de gás anteriores, que totalizam mais de US$ 2,2 bilhões.