Caracas - O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, garantiu nesta segunda-feira (31/3) que o governo está aberto à presença de um mediador do Vaticano ou de um grupo de chanceleres da Unasul para "testemunhar a boa fé" do diálogo com a oposição.
"Poderia ser o secretário de Estado do Vaticano, que foi núncio e conhece bem a realidade venezuelana. É um homem com visão objetiva de tudo o que ocorreu e que está ocorrendo na Venezuela", disse Jaua em entrevista ao canal de notícias Globovisión sobre os dois meses de protestos no país, que já deixaram 39 mortos, 560 feridos e 168 detidos.
O governo da Venezuela aceitaria "um pequeno grupo de chanceleres da Unasul" (União das Nações Sul-Americanas), destacou Jaua, estimando que também poderia ser alguém proposto pela oposição, "sempre que seja para criar as melhores condições".
Na quinta-feira passada, o presidente Nicolás Maduro já havia aceitado como "testemunhas" para facilitar o diálogo alguns chanceleres da Unasul, que visitaram Caracas.
Após reuniões com distintos setores da sociedade, a pedido do governo venezuelano, os chanceleres da Unasul concluíram que há vontade de ambas as partes por uma mediação do grupo.
Mas setores da oposição afirmam que enquanto o governo apela ao diálogo, a Justiça venezuelana segue detendo estudantes e dirigentes opositores.
A Venezuela vive uma onda de protestos deflagrada pelo movimento estudantil no dia 4 de fevereiro, em San Cristóbal, que se alastrou pelo país com queixas contra a inflação, o desabastecimento, a criminalidade e a prisão de estudantes e líderes políticos.