A chefe dos negociadores israelenses, Tzipi Livni, também estava presente. Ela era esperada em Ramallah para um encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que passou a noite em uma reunião com líderes palestinos para resolver o impasse.
Washington tem lutado para fazer os dois lados aceitarem um acordo-quadro que estenderia o prazo das negociações até o final do ano. Mas, logo antes da chegada de Kerry, uma autoridade palestina afirmou à AFP que uma proposta israelense para aumentar o prazo foi rejeitada, por ter sido considerada uma "chantagem".
A prorrogação se tornou condicionada ao destino dos 26 prisioneiros. Uma dia antes da data anunciada para a liberação, Israel indicou que não ia soltar os detentos, a menos que os palestinos se comprometessem a aumentar o prazo. Mas os palestinos afirmam que não aceitam qualquer discussão antes de os prisioneiros serem liberados.
- Assentamentos continuariam -
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, declarou que Kerry está trabalhando com os dois lados para chegar a um acordo que os faça avançar. "Depois de consultar sua equipe, o secretário Kerry decidiu que seria produtivo retornar à região", explicou à imprensa.
Em troca da prorrogação do prazo, Israel se comprometeu a libertar também outras 420 pessoas. Mas esse número englobaria somente presos comuns, e não mulheres, crianças ou doentes. Também não incluiria líderes palestinos presos. Além disso, a construção de assentamentos seria interrompida na Cisjordânia, mas não na parte leste de Jerusalém.
"A proposta israelense visa a manter as negociações indefinidamente, sem chegar a resultado algum, enquanto continuariam construindo assentamentos", acusou uma autoridade palestina à AFP.
No domingo (30/3), Netanyahu afirmou que o futuro do acordo de paz seria decidido nos próximos dias, deixando em aberto a possibilidade da extensão do prazo final.
Foi a primeira visita de Kerry aos Territórios Palestinos e a Israel desde janeiro, apesar de o secretário ter tido encontros particulares com Netanyahu e Abbas na Europa e nos Estados Unidos desde então.