A senhora foi convidada pelo Senado brasileiro a dar um testemunho sobre a situação na Venezuela. O que pretende dizer aos parlamentares, aqui em Brasília?Em primeiro lugar, quero transmitir, em nome do povo da Venezuela, meu agradecimento aos senadores que fazem parte da comissão de política exterior por essa demonstração de respaldo e de preocupação com os direitos humanos na Venezuela, em um momento no qual meu país se encontra na maior crise política de sua história contemporânea. Eu vou a Brasília para fazer meu trabalho como deputada, que é o de transmitir a verdade sobre a violação massiva e sistemática dos direitos humanos e sobre a política de repressão e tortura levada adiante pelo regime do senhor Maduro na Venezuela. O convite dos senadores brasileiros mostra que nós, venezuelanos, não estamos sós. O povo da América Latina e do Brasil nos acompanha nessa hora. Sei que seus representantes do parlamento, que são a voz do povo brasileiro, vão marcar uma posição firme e decidida para que os governos latino-americanos entendam que já não há mais espaço para a indiferença.
Como analisa o papel do Brasil nessa crise?Para nós, é evidente que há muitos vínculos de ordem ideológica, econômica e política entre os últimos governos do Brasil e o regime chavista e, agora, o de Maduro. Isso é claro. Em dois meses, as violações sistemáticas aos princípios democráticos ; e me refiro à liberdade de expressão, de propriedade, do direito à associação, à independência dos poderes públicos; Há quase dois meses, o governo venezuelano tem conseguido tapá-las, escondê-las, até certo ponto, da comunidade internacional. No entanto, nessas últimas semanas, o movimento pacífico civil despertado na Venezuela, liderado pelos estudantes, foi reprimido com tal grau de força e de crueldade pelo senhor Maduro, que sua face pseudodemocrata caiu. Os estudantes a arrebataram. O senhor Maduro cruzou uma linha vermelha. Um governo democrático, que pretenda manter-se indiferente ou em silêncio, deve assumir que isso não é indiferença ou neutralidade. Essa posição é de cumplicidade com um regime criminoso.
Confira a íntegra da entrevista aqui:
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