Para o socorrista voluntário Kraig Wenrick, a tarefa é difícil, tanto física quanto mentalmente. "É o que precisamos preparar nossas mentes para: encontrar corpos. Se eles estiverem lá...", disse à AFP em Darrington, cidade na parte oeste do deslizamento.
[SAIBAMAIS]"Gostaríamos de encontrar sobreviventes, mas está ficando difícil", lamentou. As autoridades de emergência têm sido criticadas com as operações de resgate se arrastando e vários moradores frustrados por não terem sido autorizados a ajudar nas buscas.
O governo também tem se defendido das insinuações de que poderia ter divulgado alertas mais eficientes para deslizamentos. Um relatório de 2010, elaborado após outro episódio similar em 2006, identificou Oso como uma região de grande risco.
A causa da tragédia ainda não foi esclarecida. Por um lado, alguns afirmam que as chuvas recentes aumentaram o risco de deslizamento em uma encosta já saturada. Por outro, o jornal "The Seattle Times" sugeriu que a exploração florestal de longo prazo, permitida no platô, pode ter tornado a área mais instável.
O US Geological Survey (USGS) esvaziou a hipótese levantada pelo chefe do Gerenciamento de Emergência John Pennington no início desta semana, de que um pequeno terremoto poderia ter deflagrado o desabamento.
"Não há terremotos, ou outros eventos sísmicos locais nos registros por volta do horário do deslizamento", declarou o USGS.
O bombeiro Hots disse que os trabalhadores não desistiram de encontrar sobreviventes, ainda que as chances sejam cada vez menores. "Se encontrarmos mais uma pessoa viva, já terá valido a pena para mim", afirmou. "Você não consegue avaliar contra o que estamos lutando até que você chegue lá e veja o terreno", comentou, acrescentando que "você tem bolas de argila do tamanho de ambulâncias, que rolaram montanha abaixo e esmagaram tudo pelo caminho".