Os Estados Unidos exortaram nesta terça-feira o Egito a suspender a execução de 529 partidários do presidente islâmico deposto Mohamed Morsy condenados à morte, o que provocaria um impacto sem precedentes a nível internacional.
"Pedimos (às autoridades egípcias) que não apliquem esta decisão", disse a porta-voz Marie Harf, afirmando que os condenados tem o direito a um "processo de apelações".
O Egito "deve conceder a todas estas pessoas um julgamento justo e equitativo, de acordo com as normas do direito internacional".
Na segunda-feira, a diplomacia americana já havia advertido para o "impacto" da decisão, "que desafia toda lógica" e revela um desprezo "evidente por todas as normas fundamentais da justiça. "É impensável aplicar este veredicto".
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O departamento americano de Estado considerou "simplesmente impossível" que a justiça do Egito tenha examinado em apenas dois dias as provas e testemunhos de tantos casos.
Após condenar os 529 partidários de Mursi à morte, a Justiça egípcia julgou nesta terça-feira outros 683 envolvidos nos protestos no Egito, cujo veredicto será conhecido no dia 28 de abril.
O departamento de Estado advertiu para o impacto da decisão sobre a eventual retomada da ajuda financeira ao Egito, congelada há seis meses em resposta à repressão aos seguidores de Mursi pelo regime militar.
"Estamos determinando se esta ajuda seguirá suspensa, se a congelamos ou se vamos elevar seu valor (...), mas coisas como estes atos escandalosos, impactantes e impensáveis perpetrados pelo governo egípcio certamente terão uma incidência nesta decisão".
Em resposta à violenta repressão em meados de 2013 contra os partidários de Mursi, os Estados Unidos congelaram sua ajuda anual de 1,5 bilhão de dólares ao Cairo.