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Farc pedem suspensão de projetos hidrelétricos e minerais na Colômbia

A guerrilha e o governo colombiano negociam em Cuba o fim do conflito armado

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) exigiram nesta terça-feira (25/3) a suspensão de projetos hidrelétricos e da entrega de concessões para exploração mineral. Em comunicado, a mesa de negociações das Farc em Havana propôs uma ;nova política energética; para a Colômbia. A guerrilha e o governo colombiano negociam em Cuba o fim do conflito armado.

;Rejeitamos o roubo de nossos recursos naturais e exigimos a construção de um novo modelo mineral e energético que beneficie a todos;, diz o comunicado lido por Rodrigo Granda, um dos negociadores das Farc.

A guerrilha defende, no texto, que o modelo de exploração seja refundado com base na redistribuição da renda da atividade petrolífera e na decretação de uma moratória no setor mineral que congele a distribuição de licenças de mineração, até que sejam garantidas condições de exploração benéficas para o conjunto da sociedade.

As propostas anunciadas nesta terça-feira não estão em discussão atualmente, porque os negociadores estão tratando do tema das drogas ilícitas desde novembro do ano passado. Os representantes das Farc reforçaram que o tema da mineração e da matriz energética afeta diretamente a vida dos agricultores e o desenvolvimento rural colombiano.

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De acordo com o governo da Colômbia, o país, que produz 1 milhão de barris de petróleo por ano, é também grande produtor de carbono e ouro. A exploração mineral é feita por multinacionais, pequenos mineradores e também por grupos ilegais. Há denúncias de que, em algumas regiões, as Farc e gangues criminosas comuns cobram uma espécie de imposto ilegal pela exploração de minério.

Desde que o processo de paz foi iniciado, em novembro de 2012, os negociadores do governo e das Farc já chegaram a acordos parciais sobre o desenvolvimento agrário e a participação política de ex-guerrilheiros. Quando terminar a discussão do terceiro item da pauta, a solução para o problema das drogas, ainda será preciso os seguintes temas: a reparação das vítimas; o desarmamento e a reintegração de membros das Farc e garantias para o cumprimento dos acordos no pós-conflito.

As Farc completam 50 anos de existência em maio, mês em que a Colômbia terá eleições presidenciais. O presidente Juan Manuel Santos é candidato à reeleição e tenta conseguir votos em nome da continuidade do processo de paz.