Kiev - O governo da Ucrânia advertiu nesta terça-feira (25/3) a Rússia que rejeitará importar seu gás ao preço pedido, o que pode desencadear uma nova crise gasífera com Moscou. Os dois países negociam atualmente o preço do gás que será aplicado a partir de 1; de abril. As autoridades russas informaram que acabarão os descontos concedidos à Ucrânia, inclusive os vinculados à utilização da base naval de Sebastopol na Crimeia, península que foi incorporada nos últimos dias à Rússia.
[SAIBAMAIS]O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, indicou na semana passada que as baixas concedidas ao presidente ucraniano anterior, o pró-russo Viktor Yanukovytch, já não eram válidas porque a Crimeia havia sido incorporada à Federação da Rússia. Sem esta redução, o preço do gás passará de 380 a 480 dólares por mil metros cúbicos, um dos preços mais elevados aplicados aos países europeus.
"Pagaremos 387 dólares por mil metros cúbicos. Se (os russos) fixarem outro preço, seguiremos pagando de todas as maneiras 387 dólares. Que nos persigam nos tribunais", declarou o ministro ucraniano da Justiça, Yuri Prodan, citado pela Interfax Uccrania. O gás importado pela Rússia representa a maior parte do consumo da Ucrânia. Em 2006 e 2009 os conflitos entre Kiev e Moscou provocaram perturbações nas entregas de gás russo aos países da União Europeia.