Dessa maneira, Bachelet começou a pavimentar o caminho para a reforma, com a qual pretende mudar as bases de um modelo privatizado e segregador, segundo sua assessoria.
Depois das passeatas estudantis que tomaram as ruas em 2011 para pedir mudança no modelo educacional herdado da ditadura, Piñera admitiu reduzir as taxas para os créditos universitários e aceitou aumentar a regulação para assegurar mais qualidade, mas sem mudar as bases do modelo.
Piñera também elevou os impostos e destinou uma maior fatia orçamentária. As medidas foram consideradas insuficientes pelo movimento estudantil.
O freio das propostas educacionais da direita foi aprovado pelos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, ambos oficialistas, assim como pelo movimento estudantil.
Bachelet se comprometeu a enviar ao Congresso, em seus 100 primeiros dias de governo, uma reforma na educação que garanta gratuidade na universidade no prazo de seis anos, e uma reforma tributária que arrecade US$ 8,2 bilhões para financiá-la.
A mudança na educação é a base de seu programa para conseguir diminuir os altos índices de desigualdade no Chile.
Bachelet conta com a maioria suficiente para aprovar a reforma tributária, e precisará dos votos de mais alguns independentes para a nova agenda na educação.
Ainda é uma incógnita como as mudanças serão introduzidas no sistema educacional e como isso afetará as universidades e os colégios subvencionados, que recebem 52% dos alunos chilenos.