É o primeiro ataque coordenado desta envergadura desde a explosão, no início do ano, do conflito entre uma coalizão rebelde, que inclui a Frente al-Nusra - o braço da Al-Qaeda na Síria -, e seus antigos companheiros de armas, os jihadistas ultrarradicais do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL).
Segundo Ibrahim al-Idlebi, porta-voz de uma unidade rebelde, "há uma coordenação total entre os grupos". "A principal razão é a retirada do EIIL da região, agora já não temos que combater dois inimigos, mas um só", o regime, explicou o porta-voz.
Além disso, os rebeldes receberam da Turquia munições e armas, incluindo mísseis terra-ar, disse o porta-voz.
- Kasab, ponto estratégico -
Na província de Latakia, reduto do regime e a região da família Assad, que dirige o país há 45 anos, os insurgentes tomaram um ponto fronteiriço com a Turquia. Também controlam a praça principal do povoado de Kasab, a seis quilômetros dali, segundo Rahman.
As autoridades sírias afirmaram que os rebeldes e seus aliados jihadistas chegaram da Turquia para atacar o posto de Kasab, um dos últimos pontos fronteiriços com a Turquia que o regime seguia controlando.
Uma fonte da segurança síria declarou à AFP que havia "uma zona de operações em Kasab, onde homens armados se infiltraram a partir da Turquia com a ingerência direta dos turcos". Acrescentou que as forças sírias estavam tratando a questão.
Segundo o OSDH, ao menos 130 combatentes dos dois grupos morreram na batalha no fim de semana.
O município de Kasab conta com 5.000 habitantes. Deles, dois terços são armênios e os demais alauitas, a confissão do presidente Bashar al-Assad.
Ofensiva conjunta
O coronel rebelde Afif al-Suleiman, chefe do conselho militar de Idleb, afirmou à AFP que "começou uma ofensiva conjunta". A situação "é muito boa nas três frentes" de Idleb, Latakia e Hama.
Segundo ele, o fator decisivo foi a tomada há seis semanas de Morek, entre Hama e Aleppo.
"Foi aberta a estrada entre Hama e o norte. O sucesso no campo de batalha é para quem controla as rotas de abastecimento", declarou.
Também explicou que o regime retirou tropas de Idleb para enviá-las a Latakia, e que os rebeldes aproveitaram para atacar.
Há três anos, a Síria é palco de um conflito que já deixou ao menos 146.000 mortos, segundo o OSDH, e obrigou milhares de pessoas a deixar suas casas.