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Blatter reconhece 'responsabilidade' nas condições de operários do Catar

Desde setembro, ONGs e sindicatos fizeram várias denúncias das condições deploráveis em que esses imigrantes vivem no país, que seriam próximas do trabalho escravo

Zurique - O presidente da Fifa, Joseph Blatter reconheceu nesta sexta-feira (21/3) ter "uma parte de responsabilidade" nas condições de trabalho dos imigrantes envolvidos nas obras para a Copa do Mundo do Catar-2022, mas lembrou que não tem o poder de mudar a situação.

Desde setembro, ONGs e sindicatos fizeram várias denúncias das condições deploráveis em que esses imigrantes vivem no país, que seriam próximas do trabalho escravo.

[SAIBAMAIS]O governo catariano negou várias vezes a existência de vítimas fatais em obras do Mundial, embora as embaixadas do Nepal e da Índia tenham relatado centenas de mortes nos últimos dois anos.

"Temos uma parte de responsabilidade, mas não temos condições de interferir nos direitos trabalhistas" do Catar, salientou o dirigente em uma entrevista coletiva depois da reunião do comitê executivo da entidade na qual o assunto foi abordado.

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"Insistimos em dizer que as responsabilidades são primeiramente do Estado do Catar, e, em segundo lugar, das empresas que contratam esses trabalhadores", acrescentou Blatter, que ainda disse que a Fifa pode tentar "ajudar a resolver este problema através do futebol".

O presidente da Fifa revelou ter conversado com um dirigente catariano de alto escalão, que garantiu "a intenção do país de resolver este problema".

Depois de uma primeira visita em novembro, Blatter deve viajar ao Catar antes da Copa do Mundo no Brasil. O alemão Theo Zwanziger, membro do Comitê executivo da Fifa, abordou o assunto várias vezes com o comitê organizador do Mundial de 2022.

Ele também intermediou negociões com sindicatos, ONGs e com o Parlamento europeu para tentar melhorar as condições de vida dos trabalhadores imigrantes.

"Todas as partes devem trabalhar em conjunto para que a situação melhore, mas precisamos ter uma ideia clara da situação", declarou Zwanziger.