Bruxelas - Os líderes da União Europeia (UE) assinaram nesta sexta-feira (21/3) com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, o capítulo político de um acordo de associação, o mesmo que provocou a atual crise entre a Rússia e as potências ocidentais. "É um momento importante", indicou no Twitter o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. "Simboliza a importância das relações e as levará mais longe", acrescentou. A UE, no entanto, já advertiu que este acordo não significa que a Ucrânia, que nesta semana abandonou a Comunidade de Estados Independentes (CEI, herdeira da URSS), vá se incorporar no médio prazo ao bloco.
Os europeus esperam poder assinar os outros capítulos deste acordo de 1.200 páginas, essencialmente as disposições comercial, econômica, financeira e judicial, antes do fim do ano. O acordo de associação UE-Ucrânia é o mesmo que o presidente ucraniano destituído Viktor Yanukovytch se recusou a assinar em novembro, o que provocou uma onda de protestos que conduziram à crise atual.
A UE prometeu no dia 5 de março um pacote de ajuda de 11 bilhões de euros às novas autoridades da Ucrânia, com um prévio acordo entre Kiev e o Fundo Monetário Internacional (FMI). A assinatura do capítulo político desta sexta-feira pode desbloquear 1,6 bilhão deste pacote, embora também esteja condicionado às exigências impostas pelo FMI. Antes mesmo da assinatura, no entanto, a UE já aprovou neste mês uma série de vantagens comerciais avaliadas em 500 milhões.
Yanukovytch estava prestes a assinar este acordo de associação com Bruxelas no fim de novembro, mas mudou de opinião no último minuto e optou, por sua vez, em estreitar os laços com Moscou, o que desencadeou protestos que levaram a sua destituição em fevereiro. A assinatura do acordo ocorre cinco dias após o referendo mediante o qual os habitantes da península autônoma pró-russa da Crimeia decidiram por esmagadora maioria se separar da Ucrânia para se integrar à Rússia.