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Snowden 'robô' promete mais revelações sobre espionagem americana

Rosto do fugitivo apareceu na tela de um androide que se locomovia, controlado por ele, pelo palco de uma conferência da fundação TED, em Vancouver

O ex-analista de inteligência Edward Snowden emergiu de seu exílio na Rússia na forma de uma robô controlado a distância, prometendo novas revelações sobre o programa de espionagem americano.

O rosto do fugitivo apareceu na tela de um androide que se locomovia, controlado por ele, pelo palco de uma conferência da fundação TED, em Vancouver.

"Com certeza ainda existem revelações a serem divulgadas", prometeu. "Algumas das mais importantes denúncias ainda vão aparecer".

Snowden, que era funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA) e foi acusado de espionagem pelo governo americano, minimizou a discussão sobre se ele é um herói ou um traidor.

Ao invés disso, aproveitou o encontro do TED (sigla em inglês para Tecnologia, Entretenimento e Design) para convocar uma luta mundial pela privacidade e pela liberdade da internet. O criador da internet, Tim Berners-Lee, participou rapidamente do evento.

Herói ou traidor?


"Herói patriota ou traidor, eu diria que sou um americano como qualquer outro", afirmou Snowden. "O que realmente importa é o tipo de governo que queremos, o tipo de internet que queremos".

Ele disse que resolveu divulgar o enorme conjunto de documentos da NSA quando percebeu que a espionagem americana estava indo longe demais, ao acessar dados de milhões de usuários da internet e de telefones celulares.

Argumentando que se tivesse revelado suas preocupações ao Congresso teria sido "enterrado com as informações", Snowden convocou a "imprensa opositora" a desafiar o governo e a incentivar um debate público "sem colocar a segurança nacional em risco".

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O ex-funcionário da NSA considerou que as críticas de que seus atos trariam perigo ao país foram infundadas, e que ele continua confortável com suas decisões.

Ele descreveu o programa Prism, que obtinha informações dos usuários através de empresas de tecnologia, como uma maneira de o governo "delegar às corporações o trabalho sujo".

Também reclamou do fato de os tribunais quase nunca rejeitarem os pedidos para que as empresas entreguem os dados de seus clientes.

Snowden instigou as companhias de internet a se oporem à espionagem, criptografando sua atividade online. Segundo ele, as pessoas deveriam poder comprar passagens aéreas, fazer ligações ou mandar mensagens de texto sem se preocupar em como isso vai parecer para o governo.

"São interceptadas mais comunicações entre americanos nos Estados Unidos do que entre russos na Rússia", afirmou.

Carta Magna para a internet

Ele alertou para o fato de a NSA estar tornando o país, e o mundo, menos seguro ao incentivar padrões baixos de segurança.

"Nossas liberdades básicas não são um assunto partidário", declarou. "Nós devemos protegê-las, nós devemos preservar uma internet livre".

Snowden apoiou a campanha de Berners-Lee em sua reivindicação por um Marco Regulatório global que defina os valores e direitos da internet. "Uma Carta Magna para a internet é exatamente o que precisamos", disse. O TED informou que a NSA foi convidada para participar do evento por "razões logísticas".