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Governo da Venezuela mantém reduto opositor militarizado em Caracas

"Os guardas farão uma operação de vigilância 24 horas por dia na região", segundo o chefe do Comando Regional de Operações da Guarda Nacional Bolivariana (GN)

O governo venezuelano informou nesta segunda-feira (17/3) que mais de 1.000 oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GN) ocupam as ruas do município de Chacao, estado de Miranda, a leste de Caracas. O policiamento se concentra na Praça de Altamira, um importante centro de concentração de opositores e de manifestantes.

;O objetivo é evitar que grupos violentos voltem a tomar a zona. Esta praça servirá de novo para caminhar, passear e que as pessoas possam vir sem medo", disse o general Manuel Quevedo, chefe do Comando Regional de Operações da GN.

Segundo ele, os guardas farão uma operação de vigilância 24 horas por dia na região. ;Até agora, os resultados são positivos;, afirmou Quevedo, em entrevista à imprensa local e estatal.

De acordo com o general, a militarização do espaço garante o ;retorno à normalidade;, sobretudo para comerciantes, que mantiveram seus estabelecimentos fechados por vários dias. Com 34 dias de protestos diários em algumas regiões do país, há registros de pelo menos 29 mortes e mais de 265 feridos.

A operação foi iniciada no último fim de semana, e na madrugada de hoje o ministro do Interior, Justiça e Paz, Miguel Rodríguez Torres, anunciou que a região estava ;liberada e pacificada;.

Além da ocupação da praça e avenidas adjacentes, usuários de redes sociais relatam intensa fiscalização nas estações do metrô e nas proximidades, com revistas de bolsos e solicitação de identificação.

No sábado, o presidente Nicolás Maduro advertiu aos manifestantes que ocupavam a praça para que se retirassem do local. Durante o fim de semana, a imprensa local e usuários das redes sociais reclamavam do uso ;excessivo de gás lacrimogêneo;, por parte da guarda nacional.

[SAIBAMAIS]Uma jornalista brasileira, que vive na região, contou à Agência Brasil que passava no local para retornar à sua residência, quando sentiu o cheiro de gás. ;Passei mal;, relatou.

O governo venezuelano também anunciou hoje haver encontrado armamento e munições, no estado de Aragua, centro-norte do país, nas proximidades do local em que foi assassinado o guarda José Aranque, por um disparo próximo a uma barreira (guarimba) construída por manifestantes.

De acordo com a TV Multiestatal Telesur, o material apreendido pertence a Cheng Nga Kwan, 39 anos, cidadão de origem asiática, com nacionalidade venezuelana. Segundo a imprensa estatal, ele está detido e supostamente faz parte de uma rede internacional de práticas paramilitares.

*Com informações da Agência Lusa e Tv Multiestatal Telesur