No cartaz levado por Manuel Rangel, de 24 anos, Fidel Castro aparecia amedrontador, ao lado da frase "Fora invasor". "Rejeitamos completamente a ingerência de Cuba em nossos assuntos, dos irmãos Castro dentro das Forças Armadas e em nossas instituições", disse à AFP o estudante da Universidade Central (UCV).
María Godoy, uma dona de casa de 50 anos, considera que a "presença de militares cubanos na Venezuela tem a ver com a repressão às manifestações".
Mas Godoy lembrou que as pessoas estão nas ruas para protestar também contra a crise econômica. "Temos mais de um mês de luta e quais são as melhoras que o governo nos oferece? Nada, cada dia que passa fica pior, não é possível comprar nada nos supermercados".
Desde 4 de fevereiro a Venezuela vive uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias ocorrem protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre forças de ordem e manifestantes radicais.
Segundo dados na procuradoria geral, os protestos deixaram 28 mortos e cerca de 400 feridos, mais de 100 detidos e 41 investigações por violação dos direitos Humanos por parte das forças policiais.