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Tártaros da Crimeia protestam contra referendo de separação da Ucrânia

A minoria muçulmana instalada na península, foi deportada em massa por Joseph Stalin para a Sibéria e Ásia Central, mas começaram a voltar durante os últimos anos de Guerra Fría.

Aos gritos de "Putin, vai embora" e "Soldados russos voltem para casa", centenas de tártaros da Crimeia se manifestaram nesta sexta-feira para protestar contra o referendo de domingo sobre a anexação desta península ucraniana à Rússia.

Os manifestantes, que exibiam bandeiras ucranianas, se concentraram nas principais ruas de Bajchisarai, reduto da minoria muçulmana na Crimeia, sob o olhar atento de milícias de autodefesa pró-russas.

"Não queremos sequer pensar na possibilidade de voltar à Rússia", declarou à AFP Fatima Suittarova, de 40 anos.

Os tártaros, uma minoria muçulmana instalada na península, foram deportados em massa por Joseph Stalin para a Sibéria e Ásia Central, mas começaram a voltar durante os últimos anos de Guerra Fría.



[SAIBAMAIS]Atualmente, representam entre 12% e 15% dos dois milhões de habitantes da Crimeia.

A Rússia cedeu esta península à Ucrânia em 1954, quando as duas ex-repúblicas faziam parte da URSS. No entanto, Moscou manteve no porto de Sebastopol (Crimeia) a base de sua frota no Mar Negro.

O líder tártaro, Mustafa Djemilev, pediu na véspera o boicote ao referendo e solicitou que a Otan intervenha como fez em Kosovo, antes que ocorra um massacre.