Genebra - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, informou nesta quinta-feira (13/3) em Genebra, onde é realizada uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que os protestos da Venezuela terminaram com 28 mortos e 365 feridos.
"No total, temos 28 falecidos" desde o início dos protestos, declarou Ortega Díaz durante uma conferência organizada pela Venezuela sobre os avanços realizados por seu país em matéria de direitos humanos.
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Um dos falecidos trabalhava como procurador e outros três eram membros da guarda nacional, disse a funcionária do ministério público.
"Dos 365 feridos computados no dia de hoje na Venezuela, 109 são funcionários da guarda nacional e das diferentes polícias do país", acrescentou.
A Venezuela vive há um mês uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias são registrados protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre as forças de ordem e manifestantes radicais.
A partir de Genebra, Ortega Díaz garantiu que "o direito a protestar não é absoluto", mas que tem limites. "Os cidadãos têm o direito de protestar pacificamente e sem armas", disse.
"O que começou na Venezuela como uma manifestação pacífica se converteu em uma situação de caos e violência. (...) Foi o início de uma série de protestos não pacíficos", declarou a procuradora-geral, que detalhou a apreensão de 25 armas de fogo, material explosivo e 200 artefatos incendiários, entre outros, durante as manifestações.
"O ministério público não irá permitir nenhuma detenção arbitrária", disse Díaz, acrescentando que 106 pessoas estão privadas de liberdade, entre elas 15 funcionários públicos.
Sobre possíveis violações de direitos humanos, a procuradora-geral confirmou 42 investigações em andamento com o objetivo de punir os responsáveis.
[SAIBAMAIS]Durante a conferência, representantes de vários países demonstraram seu apoio à Venezuela, como Cuba, Equador, Nicarágua, Rússia e China.
Por sua vez, um representante da secretaria de Estado americana para a democracia, os direitos humanos e o trabalho, Scott Busby, denunciou "as detenções arbitrárias e o uso excessivo da força contra os manifestantes e os jornalistas".
Busby pediu uma "investigação em profundidade" sobre a violência e considerou imperativo uma mediação que facilite o diálogo entre governo e oposição.