Cidade do Vaticano - O papa Francisco completa nesta quinta-feira (13/3) o primeiro ano como pontífice longe da agitação mundana, em um convento nos arredores de Roma, de onde pediu no Twitter a seus seguidores que o acompanhem com orações em sua tarefa de líder da Igreja católica. "Rezem por mim", tuitou o Papa em sua conta @pontifex em nove idiomas, repetindo a mesma frase com a qual surpreendeu o mundo quando apareceu pela primeira vez há um ano no balcão da Basílica de São Pedro.
Centenas de mensagens e tuítes de todo o mundo, tanto de autoridades quanto de gente comum, foram enviados nesta quinta-feira para homenagear Francisco no aniversário de seu pontificado. Mais de 12 milhões de seguidores acompanham o Papa através de sua conta no Twitter, um êxito comparável apenas ao do presidente americano Barack Obama. Durante seu primeiro ano de papado, Francisco utilizou as redes sociais para transmitir suas mensagens, lançando até agora 281 tuítes.
Uma popularidade surpreendente
Mostrando o rosto humilde e simples da Igreja, o Papa alcançou uma popularidade surpreendente, que atingiu níveis recorde em Argentina e Itália. Segundo uma pesquisa do jornal La Nación de Buenos Aires, 93% dos argentinos têm uma visão positiva do Papa, enquanto na Itália sua popularidade chega a 87%, segundo o centro de estudos Eurispes.
"Em menos de um ano, Francisco conseguiu revitalizar uma Igreja triste e apagada, que se sentia perseguida por inimigos de fora e intrigas de dentro", sustenta em uma nota o diretor do site católico Religião Digital. Embora não existam dúvidas de que a imagem da igreja mudou em um ano, foram levantadas muitas perguntas sobre a chamada revolução pacífica que Francisco quer levar adiante dentro da entidade.
"Existem muitas resistências", reconheceu Andrea Tornielli, vaticanista do La Stampa, ao lembrar que a palavra revolução dentro da Igreja gera todo tipo de temores. Setores progressistas, como o movimento Somos Igreja, temem que não consiga responder às expectativas que provocou entre os divorciados que voltam a se casar, as mães e pais solteiros, os casais que não oficializaram sua união, os homossexuais e os que defendem a contracepção.
Também esperam que os sacerdotes e teólogos punidos por suas opiniões sejam reabilitados, em particular os latino-americanos da teologia da libertação, com os quais iniciou uma lenta aproximação. Estes são temas que o próprio Francisco colocou abertamente na mesa, seguindo o exemplo de João XII há meio século.