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Morte de jovem ferido pela polícia provoca onda de protestos na Turquia

Morte de Berkin Elvan, símbolo da repressão policial ordenada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, foi anunciada pela família

Istambul - A morte nesta terça-feira (11/3) de um adolescente de 15 anos, gravemente ferido pela polícia em Istambul durante uma manifestação antigovernamental em junho do ano passado, provocou uma nova onda de protestos em toda a Turquia e incidentes com a polícia.

A morte de Berkin Elvan, símbolo da repressão policial ordenada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, foi anunciada pela família.

"Nós perdemos nosso filho às 07h (02h no horário de Brasília), que ele descanse em paz", escreveu em uma breve mensagem em sua conta no Twitter.

[SAIBAMAIS]Sua morte eleva a sete o número de manifestantes mortos durante os protestos contra o regime islamita-conservador de Erdogan. Um policial também perdeu a vida durante esses eventos sem precedentes, que fizeram mais de 8 mil feridos.

Logo após o anúncio, centenas de pessoas de reuniram espontaneamente em frente ao hospital de Istambul, onde o adolescente permaneceu hospitalizado em coma por 269 dias. À imprensa, a mãe de Berkin Elvan acusou Erdogan. "Não foi Deus, mas o primeiro-ministro Erdogan que levou meu filho".

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Violentos incidentes foram registrados quando algumas dezenas de manifestantes lançaram pedras contra um ônibus da polícia. As forças de ordem responderam com gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, segundo um fotógrafo da AFP.

Várias manifestações espontâneas, em sua maioria silenciosas, aconteceram em várias cidades do país, incluindo em Ancara, Istambul, Izmir, Antalya e Eskisehir.

Na capital Ancara, centenas de pessoas se reuniram em um parque no centro da cidade e estudantes da universidade técnica do Oriente Médio (;DTU), um dos redutos da oposição, bloquearam ruas do centro da cidade.

A polícia reagiu com canhões de água. O chefe de Estado, Abdullah Gül, expressou sua "consternação" após a morte do jovem e apresentou suas condolências à família. Ele também pediu "para que cada um faça o que puder para evitar que isso se repita".

Segundo testemunhas, o jovem foi atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo na cabeça lançada pela polícia quando ia comprar pão.