As potências ocidentais aumentaram a pressão nesta segunda-feira, sem sucesso, para que a Rússia inicie um diálogo com Kiev e cancele o referendo marcado para o próximo domingo na Crimeia, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
O encontro, organizado a pedido da Ucrânia, "foi uma solicitação às autoridades russas para que iniciem negociações", explicou o embaixador francês Gérard Araud, no final da reunião, que ocorreu na sede das Nações Unidas, em Nova York.
"A situação se agrava a cada dia. Há uma sensação de urgência. Se a Crimeia for anexada pela Rússia será muito sério, e trará muitas consequências para as relações internacionais. Queremos negociar, queremos uma solução pacífica. Por favor, não piorem essa crise", acrescentou.
O Congresso da Crimeia, pró-russo, convocou para domingo (16/3) um referendo para decidir a eventual anexação da região à Rússia. Kiev e os ocidentais consideram a medida ilegal, enquanto a Rússia anunciou estar preparada para receber a península em seu território. Até o momento, as pressões ocidentais para que Moscou cancele a votação foram em vão, admitiu o embaixador francês.
"Os russos não estão demonstrando qualquer sinal de que estejam nos ouvindo", confessou Araud, para quem "foi uma reunião inútil". Leia mais notícias em Mundo Na mesma linha, o representante britânico Mark Lyall Grant informou que não viu "qualquer suavização na posição da Rússia". Ele disse ainda ter observado "um crescente isolamento" de Moscou e um "aumento da pressão" de quase todos os 15 membros do órgão máximo da ONU.
[SAIBAMAIS]Durante a reunião, Lyall Grant pediu ao país que "use sua influência de maneira direta, ou, de outra forma, sobre autoridades da Crimeia para cancelar" o referendo. Mesmo depois de cinco encontros em dez dias, o Conselho de Segurança não conseguiu adotar uma posição comum sobre a crise ucraniana.
Como membro permanente do grupo (ao lado de Estados Unidos, China, França e Grã-Bretanha), a Rússia tem direito a veto. Logo, pode bloquear qualquer decisão que venha a ser tomada. Os embaixadores da Rússia, Vitaly Churkin, e da Ucrânia, Yuriy Sergeyev, não deram declarações depois da reunião.