Já o Partido Conservador, que votou com o governo na última legislatura, mas que competirá com um candidato próprio nas presidenciais, conquistou 18 cadeiras, e pode dividir seus votos entre a coalizão de Santos e o partido de Uribe.
Além do Senado, o Congresso colombiano é composto pela Câmara de Representantes (Deputados), onde o governo também lidera a votação, com 91 de 163 assentos, após a apuração de 97,98% dos votos, segundo a autoridade eleitoral.
O resultado eleitoral é um apoio prudente ao processo de paz iniciado pelo governo de Santos com as Farc em novembro de 2012.
Duro crítico das negociações, Uribe emergiu como o novo líder da oposição ao chegar ao Senado e conquistar para seu partido Centro Democrático 20 cadeiras.
"Hoje nasceu o Centro Democrático, para um país sem vacilações contra o terrorismo", declarou o ex-presidente na divulgação dos resultados.
Embora não conte com um número suficiente de legisladores para bloquear o governo no Congresso, Uribe poderá exercer uma ruidosa oposição ao processo de paz com as Farc, grupo ao qual combateu sem quartel durante seu governo (2002-2010).
"Agora é possível dizer que na Colômbia há oposição. Esta tendência a favor de Uribe é um voto de castigo para Santos. Isto questiona sensivelmente a negociação com as Farc", declarou à AFP Vicente Torrijos, analista da Universidade do Rosário.
Este resultado "não é bom para Santos, Uribe obtém o maior número de cadeiras (como partido), além disso todos os partidos da coalizão de Santos retrocedem", declarou Mauricio Vargas, colunista político do jornal El Tiempo.
Na Colômbia, o voto é facultativo e a abstenção seria de quase 60%, segundo as projeções oficiais.
Uribe sai fortalecido
O resultado eleitoral deixa Santos em uma posição não muito confortável diante das reformas que o Congresso deverá aprovar caso prosperem as negociações com as Farc, além das leis que permitam a desmobilização de milhares de combatentes.
"Indubitavelmente chega o Centro Democrático para fazer oposição a Juan Manuel Santos, com um bom número de congressistas", declarou à AFP a especialista em sistemas políticos da Universidade Javeriana Patricia Muñoz.
Santos, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as presidenciais de maio, buscará a reeleição com a intenção de assinar um acordo com as Farc, a maior guerrilha do país, com 8.000 combatentes.