Agência France-Presse
postado em 08/03/2014 12:20
Caracas - Os opositores venezuelanos vão protestar neste sábado em Caracas exibindo panelas vazias, em um novo desafio ao governo que não autorizou a manifestação. A Venezuela vive há um mês protestos que já deixaram 20 mortos e dezenas de denúncias de abusos policiais. A convocação foi feita pelo líder da oposição, Henrique Capriles. "Convocamos uma grande mobilização nacional contra a escassez que afeta a todos os venezuelanos", escreveu em seu Twitter Caprilles, governador de Miranda (norte) e ex-candidato presidencial derrotado pelo atual presidente Nicolas Maduro.
A mobilização em Caracas e em outras cidades foi convocada pela aliança de oposição Mesa da Unidade Nacional por ocasião do Dia Internacional da Mulher sob o tema "Protesto das panelas vazias".
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Já o presidente Nicolas Maduro - herdeiro político do carismático Hugo Chávez, falecido há um ano - anunciou em seu Twitter que o sábado será um "grande dia nacional com as mulheres", sem especificar mobilizações simultâneas as da oposição, como tem acontecido nas últimas semanas.
Capriles tem denunciado Maduro por incitar um confronto civil, depois que o presidente fez um apelo durante um discurso inflamado a seus militantes para que "façam valer a ordem".
O prefeito chavista do município de Libertador - reduto do governo -, Jorge Rodríguez, anunciou que foi negada à oposição autorização para a passeata sob o argumento que isso pode degenerar em violências.
Por sua vez, Antonio Ledezma, um dos líderes da ala radical da oposição e prefeito da área metropolitana de Caracas, convocou os manifestantes pelas redes sociais. "Vamos tomar Caracas em paz", escreveu.
Na Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo e que registra 56% de inflação anual, é possível encher o tanque de gasolina com alguns centavos de dólar, mas conseguir alimentos e produtos de primeira necessidade, como leite, farinha, açúcar e papel higiênico, tem sido uma tarefa difícil, com a elevada escassez de produtos.
Em Táchira, na fronteira com a Colômbia, nasceram em 4 de fevereiro os protestos que se espalharam por toda a Venezuela. As manifestações em massa em Caracas começaram em 12 de fevereiro com Leopoldo López, líder do movimento de oposição Vontade Popular, que sob o lema "Fora" convocou protestos para exigir a renúncia de Maduro.
Apesar de não criticar os protestos de rua, Capriles distanciou-se abertamente da campanha pela renúncia de Maduro promovida por Lopez, que desde 18 de fevereiro está em uma prisão militar nos subúrbios de Caracas acusado de incitar a violência.
O líder da oposição já advertiu que "não há condições para pressionar a saída do governo" e optou por "canalizar o descontentamento" do povo através de manifestações pacíficas, como a que levou em 22 de fevereiro 50.000 pessoas às ruas.
Para os analistas, a passeata de sábado pode ser uma oportunidade para setores populares, que guardam "protestos silenciosos", dialogar com a oposição e protestar em seus bairros, sem medo de represálias dos chamados "coletivos", simpatizantes do governo que, segundo denúncias, andam armados e atacam manifestantes.
Declaração da OEA pede paz
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na sexta-feira, por ampla maioria, uma declaração de apoio à paz e ao fim da violência na Venezuela. "O Conselho Permanente acaba de aprovar, por 29 votos a 3, uma declaração de solidariedade com a paz, com o diálogo e com a democracia venezuelana", disse o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton.
A declaração de cinco pontos, proposta pelo Bolívia, recebeu o aval da Venezuela e de outros países da ALBA, enquanto Estados Unidos, Canadá e Panamá mostraram reservas.
O maior obstáculo nas negociações foi o vocabulário envolvendo o apelo ao diálogo na Venezuela, onde as manifestações contra o governo já deixaram 20 mortos, quase 300 feridos e dezenas de denúncias de violações dos direitos humanos.
O texto pede a todas as partes na Venezuela que "continuem avançando" no processo de diálogo iniciado pelo governo de Nicolás Maduro nas chamadas "conferências de paz", boicotadas pela oposição. "Não é equilibrada (...) esperava maior neutralidade da OEA", criticou o embaixador panamenho, Arturo Vallarino. A declaração "tem partes boas, mas não foi suficientemente longe" sobre o diálogo, assinalou a americana Carmen Lomellin.
O encontro descartou a proposta do Panamá de convocação dos chanceleres do grupo para consultas sobre a crise venezuelana, e outra do Peru para incluir um mecanismo de monitoramento da situação na Venezuela.
O dispositivo proposto por Lima ficaria a cargo do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que poderia "propor mecanismos" para ajudar a resolver a crise, revelou Vallarino. O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira, por ampla maioria, uma declaração de apoio à paz e ao fim da violência na Venezuela, mergulhada em uma onda de protestos que já deixou 20 mortos. "O Conselho Permanente acaba de aprovar, por 29 votos a 3, uma declaração de solidariedade com a paz, com o diálogo e com a democracia venezuelana", disse o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton.
A declaração de cinco pontos, proposta pelo Bolívia, recebeu o aval da Venezuela e de outros países da ALBA, enquanto Estados Unidos, Canadá e Panamá mostraram reservas.
O maior obstáculo nas negociações foi o vocabulário envolvendo o apelo ao diálogo na Venezuela, onde as manifestações contra o governo já deixaram 20 mortos, quase 300 feridos e dezenas de denúncias de violações dos direitos humanos.
O texto pede a todas as partes na Venezuela que "continuem avançando" no processo de diálogo iniciado pelo governo de Nicolás Maduro nas chamadas "conferências de paz", boicotadas pela oposição. "Não é equilibrada (...) esperava maior neutralidade da OEA", criticou o embaixador panamenho, Arturo Vallarino. A declaração "tem partes boas, mas não foi suficientemente longe" sobre o diálogo, assinalou a americana Carmen Lomellin.
O encontro descartou a proposta do Panamá de convocação dos chanceleres do grupo para consultas sobre a crise venezuelana, e outra do Peru para incluir um mecanismo de monitoramento da situação na Venezuela.
O dispositivo proposto por Lima ficaria a cargo do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que poderia "propor mecanismos" para ajudar a resolver a crise, revelou Vallarino.
A mobilização em Caracas e em outras cidades foi convocada pela aliança de oposição Mesa da Unidade Nacional por ocasião do Dia Internacional da Mulher sob o tema "Protesto das panelas vazias".
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Já o presidente Nicolas Maduro - herdeiro político do carismático Hugo Chávez, falecido há um ano - anunciou em seu Twitter que o sábado será um "grande dia nacional com as mulheres", sem especificar mobilizações simultâneas as da oposição, como tem acontecido nas últimas semanas.
Capriles tem denunciado Maduro por incitar um confronto civil, depois que o presidente fez um apelo durante um discurso inflamado a seus militantes para que "façam valer a ordem".
O prefeito chavista do município de Libertador - reduto do governo -, Jorge Rodríguez, anunciou que foi negada à oposição autorização para a passeata sob o argumento que isso pode degenerar em violências.
Por sua vez, Antonio Ledezma, um dos líderes da ala radical da oposição e prefeito da área metropolitana de Caracas, convocou os manifestantes pelas redes sociais. "Vamos tomar Caracas em paz", escreveu.
Na Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo e que registra 56% de inflação anual, é possível encher o tanque de gasolina com alguns centavos de dólar, mas conseguir alimentos e produtos de primeira necessidade, como leite, farinha, açúcar e papel higiênico, tem sido uma tarefa difícil, com a elevada escassez de produtos.
Em Táchira, na fronteira com a Colômbia, nasceram em 4 de fevereiro os protestos que se espalharam por toda a Venezuela. As manifestações em massa em Caracas começaram em 12 de fevereiro com Leopoldo López, líder do movimento de oposição Vontade Popular, que sob o lema "Fora" convocou protestos para exigir a renúncia de Maduro.
Apesar de não criticar os protestos de rua, Capriles distanciou-se abertamente da campanha pela renúncia de Maduro promovida por Lopez, que desde 18 de fevereiro está em uma prisão militar nos subúrbios de Caracas acusado de incitar a violência.
O líder da oposição já advertiu que "não há condições para pressionar a saída do governo" e optou por "canalizar o descontentamento" do povo através de manifestações pacíficas, como a que levou em 22 de fevereiro 50.000 pessoas às ruas.
Para os analistas, a passeata de sábado pode ser uma oportunidade para setores populares, que guardam "protestos silenciosos", dialogar com a oposição e protestar em seus bairros, sem medo de represálias dos chamados "coletivos", simpatizantes do governo que, segundo denúncias, andam armados e atacam manifestantes.
Declaração da OEA pede paz
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na sexta-feira, por ampla maioria, uma declaração de apoio à paz e ao fim da violência na Venezuela. "O Conselho Permanente acaba de aprovar, por 29 votos a 3, uma declaração de solidariedade com a paz, com o diálogo e com a democracia venezuelana", disse o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton.
A declaração de cinco pontos, proposta pelo Bolívia, recebeu o aval da Venezuela e de outros países da ALBA, enquanto Estados Unidos, Canadá e Panamá mostraram reservas.
O maior obstáculo nas negociações foi o vocabulário envolvendo o apelo ao diálogo na Venezuela, onde as manifestações contra o governo já deixaram 20 mortos, quase 300 feridos e dezenas de denúncias de violações dos direitos humanos.
O texto pede a todas as partes na Venezuela que "continuem avançando" no processo de diálogo iniciado pelo governo de Nicolás Maduro nas chamadas "conferências de paz", boicotadas pela oposição. "Não é equilibrada (...) esperava maior neutralidade da OEA", criticou o embaixador panamenho, Arturo Vallarino. A declaração "tem partes boas, mas não foi suficientemente longe" sobre o diálogo, assinalou a americana Carmen Lomellin.
O encontro descartou a proposta do Panamá de convocação dos chanceleres do grupo para consultas sobre a crise venezuelana, e outra do Peru para incluir um mecanismo de monitoramento da situação na Venezuela.
O dispositivo proposto por Lima ficaria a cargo do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que poderia "propor mecanismos" para ajudar a resolver a crise, revelou Vallarino. O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira, por ampla maioria, uma declaração de apoio à paz e ao fim da violência na Venezuela, mergulhada em uma onda de protestos que já deixou 20 mortos. "O Conselho Permanente acaba de aprovar, por 29 votos a 3, uma declaração de solidariedade com a paz, com o diálogo e com a democracia venezuelana", disse o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton.
A declaração de cinco pontos, proposta pelo Bolívia, recebeu o aval da Venezuela e de outros países da ALBA, enquanto Estados Unidos, Canadá e Panamá mostraram reservas.
O maior obstáculo nas negociações foi o vocabulário envolvendo o apelo ao diálogo na Venezuela, onde as manifestações contra o governo já deixaram 20 mortos, quase 300 feridos e dezenas de denúncias de violações dos direitos humanos.
O texto pede a todas as partes na Venezuela que "continuem avançando" no processo de diálogo iniciado pelo governo de Nicolás Maduro nas chamadas "conferências de paz", boicotadas pela oposição. "Não é equilibrada (...) esperava maior neutralidade da OEA", criticou o embaixador panamenho, Arturo Vallarino. A declaração "tem partes boas, mas não foi suficientemente longe" sobre o diálogo, assinalou a americana Carmen Lomellin.
O encontro descartou a proposta do Panamá de convocação dos chanceleres do grupo para consultas sobre a crise venezuelana, e outra do Peru para incluir um mecanismo de monitoramento da situação na Venezuela.
O dispositivo proposto por Lima ficaria a cargo do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que poderia "propor mecanismos" para ajudar a resolver a crise, revelou Vallarino.