Cairo - O julgamento contra o presidente egípcio destituído Mohamed Morsy por incitação ao assassinato de manifestantes foi suspenso nesta quinta-feira (6/3) à espera da análise de um pedido apresentado pela defesa do acusado. Derrubado pelo exército em julho, Morsy responde junto a outras 14 pessoas pela morte de sete manifestantes nos confrontos registrados em dezembro de 2012, em frente ao palácio presidencial.
Os réus, incluindo vários parceiros de Morsy e líderes da Irmandade Muçulmana, enfrentam a possibilidade de condenação à pena de morte. A repressão das novas autoridades egípcias contra os partidários do primeiro presidente democraticamente eleito no Egito deixou pelo menos 1.400 mortos, segundo a Anistia Internacional.
O advogado de um dos acusados entrou com um pedido de afastamento de dois dos três juízes do caso, explicando que um deles havia falado sobre o caso em uma entrevista. A data para a análise deste pedido não foi anunciada.
Duas ações similares para a desqualificação de juízes foram apresentadas em outros dois processos contra Morsy, um por "espionagem" e outro por fuga da prisão durante a revolta popular de 2011 que levou à renúncia de Hosni Mubarak. Um tribunal de apelações deve decidir em 9 de abril sobre estas demandas. Morsy enfrenta um quarto julgamento por desacato a um juiz.