A Rússia suspendeu o envio de combustível destinado a centrais nucleares dos países do Leste da Europa por meio dos oleodutos instalados em território ucraniano, anunciou nesta quarta-feira (5/3) o vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozin.
[SAIBAMAIS];Temos problemas em fazer o transporte de combustível através do território da Ucrânia para os nossos parceiros no Leste da Europa e já são registrados problemas relacionados ao abastecimento de combustível nas próprias centrais nucleares da Ucrânia;, assinalou Rogozin, em Moscou. Segundo ele, essas centrais nucleares só têm reservas de combustível para os meses de março e abril. O vice-primeiro-ministro russo também anunciou que a Agência de Energia Atômica da Rússia (Rosatom) vai solicitar à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), em Viena, inspeções extraordinárias sobre as condições de segurança das centrais nucleares ucranianas.
Rogozin recordou que as centrais nucleares ucranianas são vigiadas por empresas de segurança privadas, por tropas do Ministério do Interior e pelo Serviço de Segurança da Ucrânia, a antiga KGB do tempo da ex-União Soviética. ;Sob o ponto de vista operacional, as centrais nucleares ucranianas funcionam com normalidade;, acrescentou. Já a Ucrânia decidiu reforçar as medidas de segurança nas centrais nucleares devido à ameaça das tropas russas no seu território, disse o embaixador da Ucrânia em Viena, Ihor Prokopchuk, numa carta enviada à Aiea.
De acordo com o embaixador, as consequências do uso da força por parte da Rússia são "imprevisíveis", principalmente após os esforços do governo ucraniano "para estabelecer contatos bilaterais com o presidente russo" terem se revelado infrutíferos, conclui o responsável, pedindo a Yukiya Amano, diretor-geral da Aiea, para levantar urgentemente a questão junto às autoridades russas.