Ancara - O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, debilitado por um escândalo de corrupção, afirmou nesta quarta-feira (5/3) estar disposto a abandonar a política se o partido que dirige perder as municipais de 30 de março na Turquia. "Se meu partido não alcançar a primeira posição nas eleições municipais, estou disposto a renunciar à política", declarou em Ancara aos jornalistas.
[SAIBAMAIS]Erdogan afirmou que o índice de popularidade de seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, procedente do movimento islamita), no poder desde 2002, não foi afetado pelo escândalo político-financeiro que explodiu em dezembro. "A multidão que vem aos nossos comícios no país demonstra isso", disse.
Desde sua chegada ao poder, o AKP não perdeu nenhuma eleição, mas estas municipais serão um teste para o partido de Erdogan após a acusação de dezenas de empresários e funcionários próximos ao governo em várias investigações anticorrupção abertas em dezembro. Erdogan acusa seu ex-aliado, o influente movimento religioso do pregador muçulmano Fetullah Gulen, que vive nos Estados Unidos, de ter promovido uma conspiração, uma tentativa de golpe de Estado para desestabilizá-lo antes das municipais e das presidenciais. Estas últimas serão realizadas em agosto.
"Esta organização (a confraria) se infiltrou de forma dissimulada" no Estado criando um "Estado paralelo", declarou nesta quarta-feira.