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Rússia aceita que seu embaixador se reúna com colegas da Otan na quarta

O secretário-geral da Otan declarou que a Rússia 'continua violando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia'

Bruxelas - Um Conselho Otan-Rússia, que reúne os embaixadores dos países da Aliança Atlântica e da Rússia perante a organização, será realizado na quarta-feira em Bruxelas, indicaram os porta-vozes do organismo.

O embaixador da Rússia na Otan, Alexander Grushko, aceitou nesta terça-feira participar desta reunião excepcional convocada a pedido de vários países membros da Aliança, indicou Oana Lungescu, porta-voz da organização.

[SAIBAMAIS]O encontro será realizado durante a tarde e um dia após uma segunda reunião, em três dias, dos embaixadores dos 28 países da Otan, que se reuniram para debater a situação na Ucrânia e a ação da Rússia na Crimeia.

A reunião desta terça-feira foi convocada pela Polônia amparando-se no artigo 4 do Tratado da Otan, que prevê que os países membros, que atualmente são 28, se consultarão "a cada vez que um deles considerar que a integridade territorial, a independência política ou a segurança de um dos membros está ameaçada".


Em seu término, o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, declarou que a Rússia "continua violando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

"Esta situação tem uma interferência séria e direta na segurança e estabilidade da área Euro-Atlântica", acrescentou.

"Os aliados da Otan se mantêm unidos com um espírito de forte solidariedade nesta grave crise", disse.

Uma fonte diplomática indicou que durante a reunião os 28 membros da Aliança decidiram reforçar a troca de informações, mas não avaliaram nenhum aspecto operacional - militar - da organização.

Na quarta-feira, antes do Conselho Otan-Rússia, os membros da Aliança se reunirão com seus colegas da União Europeia (UE), dos quais 22 de seus 28 membros também formam parte da Otan.

O Conselho Otan-Rússia foi criado em 2002 para favorecer a cooperação entre as duas partes sobre temas de segurança e "em toda uma série de setores de interesse mútuo", como a gestão da crise ou a luta contra o terrorismo e a pirataria.