Os guardas de fronteira ucranianos tinham indicado anteriormente que pelo menos dez helicópteros russos haviam cruzado a fronteira para entrar na Crimeia, enquanto apenas três deles tinham sido autorizados por Kiev, após um pedido russo oficial.
[SAIBAMAIS]Testemunhas também indicaram ter visto nesta sexta à noite (28/2) uma movimentação de veículos de transportes de tropas não identificados na estrada que liga Sebastopol a Simferopol, assim como a aterrissagem de vários aviões de carga militares em um aeroporto militar perto de Simferopol. Durante a noite de quinta (27/2), cerca de dez militares armados, usando uniformes sem sinais de identificação, chegaram ao aeroporto de Simferopol e patrulharam a parte externa durante todo o dia, segundo jornalistas da AFP.
As autoridades ucranianas falaram de uma "invasão armada" russa. Os misteriosos militares no aeroporto de Simferopol "não escondem o seu pertencimento às forças armadas russas", segundo o ministro do Interior interino Arsen Avakov. Ao mesmo tempo, centenas de militantes pró-russos estavam reunidos nas proximidades do Parlamento da República Autônoma da Crimeia, em Simferopol, onde a bandeira russa foi hasteada na quinta pelo grupo que entrou no prédio, aparentemente armado.
Reunidos a portas fechadas, os deputados do Parlamento da Crimeia votaram na quinta-feira (27/2) pela realização de um referendo no dia 25 de maio para dar mais autonomia à Crimeia. Essa data também foi a escolhida pelo Parlamento ucraniano em Kiev para organizar uma eleição presidencial antecipada, após a destituição do presidente Viktor Yanukovytch.
A Crimeia, povoada majoritariamente por russos, é a região da Ucrânia que se opõe com mais força às novas autoridades em Kiev. Ela já pertenceu à Rússia, antes de ser anexada à Ucrânia soviética em 1954.