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Tribunal russo ordena prisão domiciliar para líder opositor Navalny

Os investigadores já haviam obrigado Navalny a assinar por escrito que não sairia de Moscou. No entanto, pediram nesta semana que fosse colocado em prisão domiciliar, com a alegação de que ele teria saído da capital sem autorização

Um tribunal de Moscou ordenou nesta sexta-feira (28/2) a colocação sob prisão domiciliar do principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, como parte de uma investigação por fraude na companhia francesa de cosméticos Yves Rocher.

A medida estará em vigor até 28 de abril, afirmou no Twitter a porta-voz do opositor, Ana Veduta, que acrescentou que Navalny só poderá falar com sua família e não poderá utilizar telefone ou internet.

Navalny, um dos líderes da oposição ao presidente Vladimir Putin, é um advogado e blogueiro influente que se tornou conhecido ao denunciar na internet casos de corrupção nos quais estão envolvidas autoridades do alto escalão do país.

No caso Yves Rocher, é suspeito de ter desviado, junto com seu irmão Oleg, 26 milhões de rublos (590.000 euros) pertencentes à filial russa da empresa francesa.


Também é suspeito de ter desviado mais de quatro milhões de rublos (90.000 euros) de outra empresa. Os dois irmãos também foram acusados de lavar 21 milhões de rublos (480.000 euros) e podem ser condenados a até dez anos de prisão.

Os investigadores já haviam obrigado Navalny a assinar por escrito que não sairia de Moscou. No entanto, pediram nesta semana que fosse colocado em prisão domiciliar, alegando que em várias ocasiões saiu da capital sem autorização.

[SAIBAMAIS]Atualmente, Navalny está durante uma semana sob detenção administrativa, por ter desobedecido a polícia quando se dirigiu, na segunda-feira, à porta de um tribunal de Moscou para apoiar oito manifestantes contrários a Putin, condenados a até quatro anos de prisão.

O líder opositor sairá no dia 3 de março e, segundo a decisão pronunciada nesta sexta-feira, terá que se submeter imediatamente a sua prisão domiciliar.

Alexei Navalny, de 37 anos, é alvo de várias investigações, e recentemente foi condenado a cinco anos de prisão suspensa por outro caso. O interessado rejeita todas as acusações e afirma que o verdadeiro objetivo destas investigações é afastá-lo da vida política.