Jerusalém - A polícia israelense anunciou nesta quinta-feira (27/2) que vai limitar o acesso dos fiéis à prece de sexta-feira (28/2) na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, devido à tensão que se seguiu à reivindicação de soberania por parte da extrema-direita de Israel sobre esse local sagrado.
A porta-voz da polícia, Luba Samri, disse que os homens com menos de 50 anos estão proibidos de entrar no local, para evitar possíveis conflitos com a polícia.
Na terça-feira (25/2), a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental foi palco de confrontos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos antes de um polêmico debate no Parlamento israelense sobre a soberania desse local sagrado para o Islã e para o Judaísmo.
Dois policiais foram feridos por pedradas, enquanto três manifestantes terminaram detidos, informou a polícia israelense.
Fontes palestinas disseram que 15 ativistas ficaram feridos por balas de borracha, e quatro foram detidos.
Na terça à noite (25/2), o Parlamento debateu uma moção bastante polêmica do deputado Moshe Feiglin, membro da facção mais radical do Likud (direita nacionalista), o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Seu texto prevê "a aplicação da soberania israelense" na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islã, que abriga o Domo da Rocha (ou Mesquita de Omar) e a mesquita de Al-Aqsa. A votação ainda deve acontecer.
A Organização da Cooperação Islâmica (OCI) denunciou esse debate como "uma grave escalada".
O primeiro-ministro jordaniano, Abdallah Nsur, alertou na quarta-feira (26/2) que seu país poderá pedir uma revisão do tratado de paz concluído em 1994 com Israel. A Jordânia é o guardião de todos os lugares santos muçulmanos de Jerusalém.