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Presidente ucraniano destituído envia declaração às agência da Rússia

No documento, Viktor Yanukovytch afirma que ainda se considera o "legítimo chefe do Estado ucraniano"

Moscou - O presidente ucraniano Viktor Yanukovytch, destituído na semana passada após meses de um movimento de contestação, enviou nesta quinta-feira (27/2) uma declaração às agências de notícias russas. Segue o texto do ex-líder na íntegra:

"Eu, Viktor Fedorovych Yanukovytch, dirijo-me ao povo da Ucrânia. Eu ainda me considero o legítimo chefe do Estado ucraniano, eleito pela livre expressão da vontade do povo ucraniano. Eu não posso ficar indiferente aos trágicos acontecimentos em minha pátria. Acredito que o acordo para o fim da crise que eu assinei com os líderes da oposição na presença de nossos queridos parceiros ocidentais em 21 de fevereiro de 2014 não foi aplicado. Estamos assistindo nas ruas de muitas cidades de nosso país um aumento do extremismo. Ameaças físicas foram dirigidas a mim pessoalmente e a meus apoiadores.



[SAIBAMAIS]Estou sendo obrigado a pedir às autoridades da Federação Russa que garantam minha proteção contra ações de extremistas. Infelizmente, tudo o que está acontecendo no Parlamento da Ucrânia é ilegítimo. As decisões tomadas pelo Parlamento na ausência de muitos membros do Partido das Regiões, de outras formações, que temem por sua segurança - e alguns foram agredidos e forçados a abandonar o território da Ucrânia - não são legais.

Estou convencido que, nestas condições, todas as decisões tomadas mostrarão em breve a sua ineficiência e não serão implementadas. Nesta situação, eu declaro oficialmente minha determinação de lutar até o fim para que o compromisso para tirar a Ucrânia desta crise política seja aplicado. Faço um apelo para que a situação no nosso país volte a estar no campo constitucional.

Torna-se evidente que o povo no sudeste e na Crimeia não aceitam o vácuo de poder e a arbitrariedade que existe no país, quando os ministros são nomeados pela multidão em uma praça pública. Como presidente, eu não autorizei as Forças Armadas da Ucrânia a se misturar nesses eventos políticos internos atuais. Eu ordeno agora. Se alguém começar a dar essas ordens para as Forças Armada e às estruturas de segurança, essas ordens serão ilegais e criminosas".