Washington - O secretário de Estado americano, John Kerry, comparou nesta quarta-feira (26/2) a dura lei anti-homossexual promulgada recentemente na Uganda à legislação antissemita da Alemanha nazista e ao Apartheid da África do Sul.
[SAIBAMAIS]"O enfoque dessa legislação poderia ser mudado para judeu, ou negro, e poderia estar na Alemanha de 1930, ou na década de 1950-60 do Apartheid da África do Sul", disse o chefe da diplomacia americana aos jornalistas.
Kerry estimou que "o que ocorreu em Uganda é atroz, e representa um enorme desafio, já que os direitos do coletivo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) são direitos humanos. É simples assim".
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou nesta segunda-feira (24/2) uma polêmica lei que endurece a repressão à homossexualidade, ignorando críticas e pressões internacionais.
As relações homossexuais já eram punidas com prisão perpétua em Uganda, mas a nova legislação - adotada por ampla maioria pelo Parlamento - torna obrigatória a denúncia de qualquer um que declare homossexual.
"A assinatura deste projeto de lei contra a homossexualidade é plenamente imoral", destacou Kerry, que citou o antissemitismo na Alemanha nazista e o apartheid na África do Sul para destacar que "foi ruim lá, em ambos lugares, e é um erro aqui também".