Caracas - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, abrirá nesta quarta-feira (26/2) um diálogo nacional após semanas de protestos que deixaram 14 mortos, classificado como uma encenação pelo principal opositor, Henrique Capriles, que faltará ao evento.
[SAIBAMAIS]Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, criador do chamado "socialismo do século XXI", já recebeu confirmação da presença do episcopado católico e do Fedecámaras, o sindicato empresarial. O Fedecámaras é um dos habituais demônios citados pelos governos chavistas, que o acusam de estar em todas as tentativas de golpe - as comprovadas e as denunciadas - dos últimos anos.
A cúpula da Igreja também gera reticências em um governo que, embora declamado socialista, evoca regularmente Deus e a Virgem. A participação do episcopado foi precedida por um chamado do papa Francisco para "que parem o quanto antes com os episódios de violência e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelas autoridades políticas e institucionais, se mobilizem para favorecer a reconciliação nacional".
O papa Francisco, por sua vez, fez nesta quarta-feira na praça de São Pedro um apelo aos líderes políticos e ao povo venezuelano, em sua maioria católicos, para que predominem "o perdão recíproco e um diálogo sincero". "Eu espero vivamente que cessem o mais rápido possível as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelos líderes políticos e institucionais, se mobilize para favorecer a reconciliação nacional", completou o papa argentino durante a audiência geral.
Este foi um pedido particularmente longo, em comparação com os apelos habituais do pontífice sobre outros conflitos. O primeiro papa latino-americano procura falar pouco sobre as questões de seu continente, atento ao papel de pastor universal.