Londres - Moazzam Begg, um ex-prisioneiro da base americana de Guantánamo, é uma das quatro pessoas detidas na Grã-Bretanha nesta terça-feira por "crimes de terrorismo relacionados com a Síria", anunciou a polícia.
Begg, de 45 anos, foi detido por suspeitas de que "participou de um campo de treinamento terrorista e por facilitar o terrorismo no exterior", disse a polícia de West Midlands, no centro da Inglaterra.
Begg esteve por três anos no campo de detenção americano de Guantánamo depois de ser detido no Paquistão em 2002. Em 2005 foi libertado sem acusações.
Em meados de fevereiro, Begg, que admitiu ter combatido na Bósnia nos anos 90, escreveu em um blog que viajou em duas ocasiões para a Síria, em 2012 para investigar as acusações de tortura contra o regime de Bashar al Asad, das quais seriam cúmplices, segundo ele, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Ao voltar, disse ter se reunido com agentes da inteligência britânica do MI5 para abordar o risco de radicalização dos jihadistas britânicos que partiram para combater na Síria e a ameaça implicava seu retorno ao Reino Unido.
[SAIBAMAIS]Quando deixou Guantánamo, Begg, britânico, se converteu em porta-voz das vítimas da "guerra contra o terrorismo".
CAGE, a organização não-governamental que lidera, disse que a prisão faz parte de uma "campanha de assédio contra pessoas e organizações muçulmanas que querem prestar ajuda humanitária às vítimas da crise siria".
Além de Begg, os detidos são uma mulher de 44 anos e seu filho de 20, e um homem de 36 anos.
"Podemos confirmar que Moazzam Begg foi detido", disse uma porta-voz da polícia de West Midlands.
"Isto é uma detenção, não uma acusação", explicou, acrescentando que "identificá-lo não implica nenhuma culpa".
Calcula-se que 400 residentes no Reino Unido combateram na Síria mps últimos dois anos e a metade voltou para casa.