Paris - O Conselho Representativo de Associações Negras da França (Cran) abriu nesta terça-feira (25/2) um processo contra o Estado francês e uma empresa francesa por "crime contra a humanidade", acusando-os de ter recorrido ao trabalho forçado no Congo por ocasião da construção de uma ferrovia nos anos 1920.
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A ferrovia Congo-Oceano (CFCO), que une Brazzaville ao porto de Punta Negra (500 km), foi construída entre 1921 e 1934 pela empresa Spie por conta do Estado francês.
[SAIBAMAIS]"Civis foram embarcados à força para alimentar a força de trabalho", afirma o historiador Olivier Le Cour Grandmaison falando à imprensa. "Ao menos 17.000 deles morreram por causa das condições de transporte e de trabalho", explicou ainda.
O advogado da Cran pedirá a criação de um fundo de indenização das vítimas para financiar uma obra em memória dos falecidos.
O Cran, que milita para obter indenizações para os descendentes de escravos, já abriu inúmeros processos.
No ano passado, processou a Caixa de Depósitos e Consignação, um organismo estatal, e o Estado, acusando-os de ter enriquecido graças à escravidão.