Viena - As negociações sobre o programa nuclear do Irã continuam nesta quarta-feira (19/2) em Viena, enquanto em Teerã, o comandante do exército de elite do país exigiu a manutenção das "linhas vermelhas" iranianas nas negociações. "Um bom trabalho tem sido feito", declarou nesta quarta-feira Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, que conduz as discussões para as grandes potências.
O Irã e os países do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) retomaram na terça-feira (18/2) em Viena as negociações para selar um acordo final e abrangente sobre a questão nuclear iraniana. De acordo com a delegação americana, a reunião deve continuar até o final da noite e ser retornada quinta-feira de manhã.
A agenda da chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton viu-se comprometida pela escalada de violência na Ucrânia. Ela convocou uma reunião especial de ministros das Relações Exteriores da União Europeia para quinta-feira às 13h em Bruxelas, em que presidirá pessoalmente.
Isso não a impediu de se dedicar "a 100% às negociações de Viena", assegurou o seu porta-voz. Em 24 de novembro, o Irã assinou com o grupo 5%2b1 um plano de ação de seis meses que prevê o congelamento de algumas atividades nucleares sensíveis, incluindo o enriquecimento até 20%, em troca da retirada de parte das sanções que estrangulam a economia do Irã.
Em vigor desde 20 de janeiro sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o plano deve agora ser transformado em um acordo global que garanta a natureza pacífica do programa nuclear do Irã. Teerã sempre negou querer desenvolver armas atômicas. Os negociadores em Viena querem tentar corrigir o quadro (principalmente os prazos) para futuras reuniões em 20 de julho, quando o plano de ação chega ao fim. Ele pode ser prorrogado por até um ano a partir da data de assinatura do acordo por consentimento mútuo.