La Paz - As inundações provocadas pela temporada de chuvas na Bolívia, em especial na região amazônica, elevaram para 55 o número de mortos, além de milhares de desabrigados e de 11 desaparecidos, informou uma fonte do governo local nesta sexta-feira.
Segundo o último boletim oficial, o aumento no volume de águas deixou pelo menos 55.645 famílias desabrigadas, afetou 39.289 hectares de cultivos e danificou pontes e estradas. "Essa situação obriga a redobrar esforços, a tomar medidas preventivas e a assistir com ajuda humanitária" às populações atingidas pelas águas, disse o ministro boliviano da Defesa, Rubén Saavedra, ao informar o novo balanço.
No boletim anterior, divulgado na quinta-feira, o número de mortos chegava a 48, com cerca de 54 mil famílias desabrigadas. As intensas chuvas continuaram nesta sexta, em uma vasta zona da Amazônia boliviana, especialmente em povoados do departamento de Beni (nordeste), informou o presidente Evo Morales, em uma entrevista coletiva após sobrevoar a região.
Nesta sexta, Morales liderou os trabalhos de resgate na área acidentada, com possibilidade de acesso apenas de helicóptero. As chuvas não paravam no departamento de Beni, principal foco da emergência. Depois do sobrevoo, Morales declarou, de Trinidad, capital de Beni (nordeste), que "em poucos dias (a situação) vai piorar, e devemos estar preparados para isso".
O Serviço de Meteorologia lançou, na quinta-feira, alerta vermelho para quatro departamentos afetados por inundações e onde mais chuvas são esperadas nas próximas horas. Os departamentos mencionados foram La Paz (oeste), Santa Cruz (leste), Beni (nordeste) e Cochabamba (centro).
Há mais de duas semanas, o governo decretou estado de emergência nacional para possibilitar o repasse de mais recursos públicos para as localidades em situação crítica. A temporada de chuvas, que costuma começar em novembro e seguir até fevereiro, teve início no final de setembro e está prevista para se estender até março.